Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - A Prefeitura do Rio e empresas de ônibus estudam uma reforma de grande porte no layout das estações do BRT para evitar calotes e vandalismo. Uma das ideias é a troca do vidro das paradas de ônibus por cobogós, tijolos vazados que podem ser feitos de vários materiais, como PVC e alumínio. Também são avaliadas opções para substituir as portas automáticas, como a colocação de catracas torniquete — iguais às das estações de trem.

As propostas são discutidas em um grupo de trabalho com órgãos municipais e o Rio Ônibus, visando à transição do comando do BRT para as empresas após o fim da intervenção, em 29 de julho. Um relatório sugestivo será entregue ao prefeito Marcelo Crivella, a quem caberá bater o martelo.

"Essa ideia foi minha, e eles (empresas) concordaram que a gente devia mudar esses layouts. É como se fosse fazer um retrofit para dar segurança, não só em relação ao calote, como para o usuário", informou a secretária de Transportes, Virgínia Salerno.

Ela concorda que a implantação de catracas nos acessos aumentaria o tempo de embarque e desembarque, por isso as soluções estão em análise. Segundo Salerno, as empresas arcariam com o custo das obras.

De acordo com o presidente do Rio Ônibus, Cláudio Callak, a prioridade seria para as estações com maior movimento. Integram essa lista Mato Alto, Gastão Rangel, Cajueiros e Gal. Olímpio, do Transoeste; e Praça Seca, Vicente de Carvalho, Mercadão e Recanto das palmeiras, do Transcarioca. "A gente não está procurando algo que fique bonito. O importante é que seja útil e seguro", disse o executivo.

Callak rebateu declarações dadas pelo interventor, Luiz Alfredo Salomão, em entrevista publicada por O DIA no domingo, como por exemplo que as empresas pretendem colocar seguranças privados nas estações. O executivo afirmou que a medida seria perigosa para os passageiros. Ele também não confirmou que os operadores comprarão 150 ônibus para o BRT Transbrasil, como dito por Salomão, mas que a quantidade será avaliada após estudo de demanda. O número de ônibus quebrados que serão consertados pelas empresas também será avaliado, informou. Salomão ressaltou que as promessas dos empresários foram relatadas pelo prefeito. Além disso, o presidente do Rio Ônibus refutou a afirmação de que o BRT não teve licitação.

A transição tem sido conflituosa. Ontem, segundo Callak, representantes do Rio Ônibus foram impedidos de entrar na sede do BRT para uma reunião do grupo de trabalho, formado por Crivella em decreto. Só entraram após assinatura de termo de confidencialidade. Segundo ele houve situação parecida semana passada. A comissão de intervenção disse que o termo é procedimento de praxe e tudo foi normalizado após a assinatura.

 

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