Raquel Mendonça Ribeiro - Divulgação / Polícia Civil
Raquel Mendonça RibeiroDivulgação / Polícia Civil
Por Beatriz Perez
Rio - A mulher que foi presa na segunda-feira por se passar por uma policial civil disse a uma de suas vítimas, um professor de Muay Thai, que havia recuperado a moto roubada dele e prendido o criminoso. Era tudo mentira. Raquel Mendonça Ribeiro foi descoberta depois que ele e colegas desconfiaram de que ela seria uma estelionatária. Raquel frequentava a academia há três meses e contraiu uma dívida com pelo menos cinco pessoas do estabelecimento, superior a R$ 1.400, com produtos como suplemento alimentar, material de luta e perfume.
"Ela chegava com a camisa da Polícia Civil, falava que estava vindo do plantão. Dizia no WhatsApp que iria subir o morro em operação. Treinava em grupo e ninguém tinha razão para desconfiar do que ela falava", conta. 
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A farsa foi desvendada na semana passada, quando o professor, que prefere não se identificar, foi assaltado em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, e teve a moto roubada. "Comecei a divulgar no WhatsApp a foto da minha moto para policiais que eu conheço. Ela foi uma das pessoas com quem eu falei". Raquel respondeu que iria divulgar nos grupos da polícia e aproveitar que estava de plantão para ir atrás da moto.
Um amigo dela chegou a ligar para o professor se passando por inspetor da Polícia Civil. Ele afirmou que a suposta equipe iria encontrar a moto. No dia seguinte, os dois avisaram que o veículo havia sido encontrado mas, o professor começou a ficar desconfiado com a demora da delegacia, onde o roubo foi realmente registrado, em entrar em contato para avisar que a moto havia sido recuperada.
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Questionada sobre a demora, Raquel prosseguiu mentindo: "É porque prenderam o cara, a moto está na perícia, demora mesmo", disse, segundo o professor. Depois que ele insistiu, a mulher forjou um boletim de ocorrência e levou para que ele pudesse assinar. O documento, segundo a suspeita, permitiria que ela retirasse a moto do depósito. Mas ela estava demorando nos retornos. 
A partir deste caso, outros profissionais da academia perceberam que algo estava errado. Conversando entre si, descobriram que a falsa policial tinha dívidas com várias pessoas. "Ela pegava o produto e dizia que pagava quando recebesse. Falava que recebia por semana, que o Estado atrasou o pagamento. Cada dia inventava uma desculpa", conta o professor, a quem Raquel devia R$ 750. 

Com a demora na resolução do caso da moto, os outros amigos policiais começaram a desconfiar. Com o nome da suspeita, descobriram que Raquel não era policial e que a moto não havia sido encontrada.

Os policiais viram, na última segunda-feira, que o registro de ocorrência que ela apresentou era falso e que a jovem também estava com um documento falso da Polícia Civil. 
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Agentes da 12ª DP (Copacabana) prenderam na segunda-feira a mulher que usava um vasto arsenal para se passar por policial civil. Raquel Mendonça Ribeiro tinha até uma tatuagem com o símbolo da corporação. Entre amigos, a falsa agente divulgava fotos usando uma camisa parecida com o uniforme da polícia, além da tatuagem como sendo da instituição. Segundo a Polícia Civil, ela foi indiciada por uso de documento falso.