Veículo encontrado com os milicianos - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Veículo encontrado com os milicianosReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - A investigação do Ministério Público estadual (MPRJ) contra a milícia chefiada pelo vereador Davi Brasil (Avante), de 52 anos, apurou que o grupo atuava até vendendo kit churrasco para moradores de um dos condomínios onde exercia o domínio, em Queimados, na Baixada Fluminense. Os milicianos obrigavam os moradores a comparem carne, linguiça, carvão, sal grosso e outros ingredientes em vendedores indicados por eles. Quem descumprisse a determinação sofria represá-lia do grupo.
De acordo com a promotora Mariana Segadas, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRJ (Gaeco), além do kit churrasco, das tradicionais venda de sinal clandestino de TV a cabo e cobranças de taxas indevidas a comerciantes, os milicianos também exerciam o monopólio sobre outras atividades.
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"Entre as atividades deles, a gente pode destacar o monopólio na venda de cestas básicas, gás de cozinha, água e até kit churrasco", Segadas enumera. "Em outro condomínio, eles também controlavam a atividade de mototáxis".
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A quadrilha alvo da Operação Hunter, que acontece nesta quinta-feira, se autointitula Caçadores de Ganso. O grupo exercia o forte domínio em três condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida, construídos no município: Valdariosa, Ulysses Guimarães e Eldorado. O vereador e ex-secretário municipal de Defesa Civil Davi Brasil é apontado com o chefe do esquema.
"Ele exerce o papel de liderança, emite ordens, coordena a ação de todos os outros integrantes do grupo e foi o responsável por expandir essa milícia", a promotora destaca. "Além disso, ele é politico, tem uma atuação muito forte em Queimados e com certeza isso o ajuda nessa expansão".
A promotora Mariana Segadas - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
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VÍTIMAS DA MILÍCIA
Além do controle em diversas atividades, a investigação do Ministério Público descobriu que os milicianos de Queimados também são responsáveis por homicídios, extorsões, roubos e outros crimes na Baixada Fluminense e região.
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"As vitimas (dos milicianos) em sua grande maioria eram pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. Existiam também acusados de outros crimes, usuários de drogas...", Segadas conta.
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O inquérito para a ação de hoje indiciou mais de 30 pessoas pessoas, dentre elas o vereador. Oito delas já estavam presas por outros crimes e receberam nova voz de prisão dentro da cadeia.
"Alguns desses denunciados continuavam a atuar nessa milícia dentro da prisão", a promotora acrescenta. "Nas celas desses denunciados, também foi determinada a busca e apreensão de objetos ligados à pratica de milicia".
Veículo encontrado com os milicianos - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Os policiais estiveram no Condomínio Roberto Costa, uma das áreas de atuação da milícia - WhatsApp O DIA (21) 98762-8248