Witzel diz que não terá piedade de traficantes: 'não respeitam o humano alheio'
Governador disse que apreensão desta quinta-feira na Maré foi a maior da história
Por Waleska Borges
Rio - Uma operação conjunta do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira, apreendeu um paiol com 30 armas – sendo 23 fuzis – e oito toneladas de drogas. Durante uma entrevista coletiva após a operação, o governador Wilson Witzel disse que essa foi a maior apreensão da história do Rio em um mesmo dia e afirmou que "não terá piedade com que não tem respeito com o ser humano alheio". O governador disse ainda que as armas apreendidas não são utilizadas por pessoas que moram na comunidade e são trabalhadoras: "Não são usadas por pretos, pobres e favelados. São armas usadas por terroristas, que usam a comunidade como escudo, e estão sendo patrocinados por carteis internacionais", afirmou.
O delegado da Desarme, Marcus Amim, reforça a fala de Witzel e afirmou que a investigação ainda está em curso. Segundo ele, quem alimenta esse cartel de armas "anda de jatinho e mora em mansão".
Algumas das armas apreendidas tinham a inscrição "CXD". Conforme o delegado Marcus Amim, CX significa uma "caixinha". Uma forma de reserva bélica utilizada líderes da facção para guerras com quadrilhas rivais. Já a letra "D" significa Favela da Caixa D'água, localizada em São João de Meriti. Elas pertenciam ao traficante Miro, um dos líderes do Comando Vermelho na Favela Nova Holanda. Ele é apontado como líder em invasões a comunidades na Baixada Fluminense.
De acordo com Amim, uma das formas de chegada das armas é a marítima e o paiol funcionava como reserva bélica de traficantes. "Esse armamento de hoje estava sendo utilizado em São João de Meriti. O traficante 'Miro da Nova Holanda' é quem controla a comunidade da Caixa d'água, em São João de Meriti. As armas são emprestas para outros traficantes da mesma facção e essas armas eram reserva dele", afirmou o delegado.
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O governador defendeu que policiais entrem nas casas dos moradores sem mandado, pois eles são forçados a colaborar com o tráfico escondendo armas. Ele disse que, nessa situação, há necessidade de busca e apreensão.
Durante a coletiva, o governador elogiou a atuação das polícias e voltou a defender o abate de criminosos: "O recado está dado: não enfrente a polícia. Se enfrentar só há dois caminhos, será preso ou será morto. Nós não teremos leniência, não teremos piedade com quem não tem respeito com o ser humano alheio, com a sociedade e, muito menos, com nossos policiais."