O secretário da Polícia Militar, o coronel Rogério Figueiredo - Daniel Castelo Branco/Arquivo/Agência O Dia
O secretário da Polícia Militar, o coronel Rogério FigueiredoDaniel Castelo Branco/Arquivo/Agência O Dia
Por O Dia
Rio - O secretário da Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo de Lacerda, reafirmou o projeto de retomar a estruturação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Em antigo publicado no site da corporação, ele explicou que as bases das UPPs sofreram sucateamento nos últimos anos, mas recuperação delas já começou. Secretário disse em entrevista ao DIA em janeiro que programa permanecia vivo.
No texto publicado, o coronel Figueiredo falou sobre a perda contínua de materiais e pessoal nos últimos anos. "A perda contínua de recursos humanos e materiais observadas a partir da segunda metade desta década, aliada a promessas anteriores não cumpridas, enfraqueceu o programa das UPP justamente em um de seus principais pilares: a retomada de território em comunidades dominadas por agentes do crime organizado", avaliou. 
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Segundo o secretário da Polícia Militar, dois passos estão sendo decisivos para reverter o declínio, o primeiro deles dado durante o Gabinete de Intervenção Federal (GIF), quando foi colocado em prática o projeto de reestruturação do programa. Figueiredo falou que a PM deu início à segunda fase da estratégia, com a recuperação física das instalações das UPP, com substituição dos contêineres por construções fortificadas de alvenaria, assim como a recomposição e requalificação do efetivo e reposição das perdas materiais — viaturas, armamentos, coletes balísticos.

O coronel disse ter apoio integral do governador do estado, Wilson Witzel. "Essas ações estão sendo fundamentais para a reocupar o território perdido. Como era de se esperar, a retomada do espaço físico nessas comunidades tem encontrado resistência de criminosos fortemente armados, o que explica a ocorrência de confrontos", escreveu.

O secretário avalia que a reativação das UPPs representa uma política não apenas de segurança pública, mas social. "Além da retomada do território, fator imprescindível para garantir o direito de ir e vir nas comunidades ainda sob o jugo de criminosos, a estratégia traçada mantém o viés de inclusão social e passou a estabelecer uma integração maior com as ações de segurança pública em geral."

Ele explica que as UPPs trabalham hoje em conjunto com batalhões da Polícia Militar nas áreas onde estão localizadas, além da parceira da Polícia Civil. Figueiredo diz que a presença dos policiais das UPPs dentro das comunidades dá suporte nas incursões e operações da PM e dificulta a movimentação de criminosos no território, evitando guerras entre facções e "seus indesejáveis efeitos colaterais".