Edivan dos Santos esteve ontem no IML para exame de corpo de delito - Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Edivan dos Santos esteve ontem no IML para exame de corpo de delitoReginaldo Pimenta / Agência O DIA
Por RAI AQUINO e WALESKA BORGES
Rio - O açougueiro que foi alvo de um golpe "mata-leão" de um agente do metrô na noite de quarta-feira esteve, na manhã desta sexta, no IML de São Cristóvão para passar por um exame de corpo de delito. Na ocasião, Edivan dos Santos, 35 anos, foi imobilizado pelo segurança na frente do filho de nove anos. Ele diz que foi vítima de racismo.
"Me senti o bandido mais procurado do Rio de Janeiro", lamenta, bastante emocionado. "Uma senhora chegou a enfrentar os seguranças dizendo que era racismo".
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Circula pela Internet um vídeo do momento em que Edvan foi imobilizado; assista!
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Edivan conta que a confusão começou em uma das catracas da estação. Ele teria tentando passar pela roleta junto com o filho, mas foi repreendido pelo agente. O açougueiro afirma que ao ser advertido pediu para o filho comprar o bilhete para pagar a passagem.
"Mesmo assim o segurança ficou me olhando de cara feia quando eu já tinha passado pela roleta, me seguiu e deu o golpe pelas minhas costas", conta, dizendo que o filho ficou implorando a todo o momento para que o pai fosse solto.
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BÍBLICA CONFUNDIDA COM ARMA
Edivan conta que no momento da confusão estava voltando da igreja com o filho e mais dois amigos. Ele diz que o criança, que completa 10 anos nesta sexta, está bastante traumatizada.
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O açougueiro estava com uma bíblia, que teria sido confundida, por uma outra agente, com um arma.
"Não estava armado, estava com a bíblia na mão. Nunca tive uma arma", defende ele, que está desempregado. "Estou desempregado, mas trabalho na Avenida Brasil vendendo água e ainda ajudo a minha esposa vendendo quentinhas".
Filho do açougueiro presenciou tudo - WhatsApp O DIA (21-98762-8248)
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TESTEMUNHA
Uma testemunha que não quis se identificar confirmou, ao DIA, a versão dada por Edivan. O homem disse ter presenciado a confusão, que aconteceu no sentido Pavuna da estação.
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"Devia ter uns sete agentes. O segurança que deu o 'mata-leão' nele era bem grande", afirma. "Uma deles estava dizendo que ele estava armado. e ele chegou a levantar a camisa para mostrar que não estava".
Essa testemunha ainda afirma que uma outra pessoa orientou Edivan a registrar o caso na delegacia. Neste momento, os agentes teriam retirado a identificação de seus uniformes, se recusando a ir à polícia.
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POLÍCIA
O caso foi registrado na 44ª DP (Inhaúma). Perguntada sobre as investigações, a Polícia Civil se limitou a dizer que "todos os envolvidos já foram ouvidos na unidade e o procedimento já foi encaminhado a Justiça".
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O DIA questionou o Metrô Rio sobre os xingamentos da agente e o fato de os seguranças retirarem a identificação de seus uniformes, mas a concessionária se limitou a dizer que "abriu sindicância interna para apurar a conduta do funcionário".
"A confusão começou após um cliente orientar o filho a passar pela catraca sem pagar passagem. Advertido, o cliente ameaçou o funcionário dizendo que iria em casa e voltaria à estação. A PM foi chamada e o caso registrado na delegacia", a concessionária alegou, em nota.