"Eu vi tudo. Estava em uma videoconferência com ele. Ele disse que estava acontecendo uma coisa bizarra. Deixou o telefone ligado no para-brisa e foi tentar fazer com que os carros saíssem. Não vi policiamento por perto, não deu para ver. Vi que tinha uma ambulância, um rapaz no chão, um táxi atrás desse rapaz e uma pessoa fazendo massagem cardíaca. Depois ouvi tiros e não o vi mais. Até que ele apareceu no cantinho sentado e eu saí correndo (em desespero)", desabafou.
Ainda de acordo com a moça, Marcelo era conhecido por gostar de fazer o bem. "Ele fazia trabalhos sociais em comunidades. Sempre dizia o quanto ele gostava de fazer isso. A vida dele era ajudar as pessoas. Mesmo que eu estivesse com ele e ainda que tivesse pedido para ele se afastar, ele não iria me ouvir. Com certeza ele iria ajudar do mesmo jeito", disse Ana.
Já a noiva de João, Caroline Moutinho, de 30 anos, que também está entre as vítimas, chegou ao velório no início da tarde. A moça, que foi ferida na mão e abdômen, recebeu alta do Hospital Copa D'Or, em Copacabana, onde passou por cirurgia e seguiu direto para o sepultamento. Bastante abalada, ela foi levada de carro até o interior do cemitério. Ao desembarcar, a jovem foi escoltada por seguranças e recebeu apoio de familiares.
Além do autor das facadas, que acabou baleado por policiais militares, outras três pessoas foram feridas. São elas: Fábio Raia, capitão médico atingido por estilhaços, o soldado Mauro, com ferimentos leves e a técnica de enfermagem dos Bombeiros Girlane Senados, que foi baleada na perna enquanto prestava socorro. Plácido está sob custódia no Hospital Municipal Miguel Couto.