Publicado 21/07/2019 10:31 | Atualizado 21/07/2019 13:42
Rio - Cerca de 100 pessoas usando camisas estampadas com o rosto de Anderson do Carmo Souza realizaram um protesto, na manhã deste domingo, para cobrar Justiça pela morte do pastor. Os manifestantes fizeram uma caminhada de aproximadamente dois quilômetros e foram do local onde seria a nova sede do Ministério Flodelis, no Laranjal, em São Gonçalo, até o Cemitério Memorial Parque Nycteroy.
Com balões, a mãe, a irmã e três filhos de Anderson pediram Justiça e que a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) identifique os culpados pela morte do pastor.
Muito abalada, Maria Edna Virgínia do Carmo, de 64 anos, mãe de Anderson, disse que pretende lutar para que o caso seja esclarecido. "Estou muito triste e chocada. Só quero Justiça. Muita Justiça. Estou sofrendo muito, estou muito angustiada. Esse crime abalou todo o país. Estamos aqui para lutar até o final", disse.
A mãe do pastor contou que a deputada Flordelis não entrou em contato com ela após o crime. "Nunca falou comigo, nunca me procurou, nunca me telefonou. E também nem quero que ela me procure", disparou.
Ela afirmou que o filho ajudava a todos e não merecia ter um final trágico. "Um rapaz que ajudou tanta gente, que criou tanta gente, e acabou nessa tragédia. Não sei nem como estou em pé. Ele não merecia. Foram falsos e traíras com ele", lamentou.
Os manifestantes também pediram questionaram o paradeiro do celular de Anderson, que sumiu desde o crime. "Cadê o celular do meu filho?", perguntou a mãe do pastor.
Daniel dos Santos de Souza, 21 anos, filho biológico de Flordelis e Anderson, disse que o pai "não merecia isso" e desconversou quando questionado sobre quem ele acreditava ser o mandante do crime. "Sem palavras. Não sei. Não sei nem porque fizeram isso". Ele também evitou falar sobre a mãe. "Não quero falar nada sobre isso. Estou aqui apenas para lutar por Justiça".
O advogado Angelo Máximo, que defende a família do pastor Anderson, afirmou que vai pedir para que Maria Edna seja ouvida pela delegada Bárbara Lomba. "Ela é a mãe da vítima e a gente precisa saber, através da mãe, se a vítima já tinha relatado alguma coisa a ela no âmbito familiar", disse.
Mizael agradeceu o apoio e disse que um dos sonhos do pai era inaugurar o Ministério Flordelis no Laranjal. "Estamos aqui porque esse foi um dos sonhos dele. Realizar a inauguração dessa igreja. Infelizmente, roubaram esse sonho dele. Estamos nesse ato para clamar por justiça e verdade. Espero que esse caso seja solucionado o mais rápido possível. Não consigo trabalhar, a minha vida não voltou ao normal. Desde o dia 16 de junho a minha vida mudou. O meu pai me orientava, me ajudava. Hoje, eu acordo e não sei o que fazer. Ele era o nosso líder", lamentou.
Camisas vendidas a R$ 25
Durante a homenagem, os manifestantes usavam uma camisa com o rosto do pastor. O DIA apurou que a vestimenta foi vendida por R$ 25. Os organizadores não quiseram comentar o assunto.
Flordelis não reconhece protesto
A deputada federal Flordelis não participou do ato. A assessoria de imprensa da parlamentar disse não reconhecer o evento.
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