Por O Dia
Rio - O sargento da PM Kaled Hable se entregou nesta segunda-feira, na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária (DPJM), em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. O policial teve a prisão decretada após ser denunciado pelo Ministério Público como sócio do traficante Fernando Gomes de Freitas, o Fernandinho Guarabu, morto em junho deste ano. 
O homem era considerado foragido da Justiça. A Corregedoria da Polícia Militar havia ido até a sua residência e não o encontrou. Nesta segunda-feira, ele foi ouvido pela corporação e conduzido para a Unidade Prisional da PM, em Niterói, na Região Metropolitana. 
Publicidade
De acordo com investigação do órgão correcional da corporação, Hable, apelidado de Árabe utilizava a sua condição de trabalho no Comando de Policiamento Ambiental para emitir licenças e autorizações ambientais no comércio do gás. Além disso, o policial possuía um depósito de gás e forçaria os comerciantes a comprar somente dele para a revenda, no valor de R$ 75.
A PM também apurou que o agente teria roubado gás de outros comerciantes. Um dos roubos ocorreu no dia 21 de setembro do ano passado. Com dois funcionários do seu depósito de gás, ele roubou 38 botijões lacrados de um caminhão, na Ilha, após interceptar o veículo. Segundo as vítimas do roubo, ele teria dito que “se eu pegar vocês, vou machucar vocês, porque isso é briga de cachorro grande”.
Publicidade
Já no dia 19 de outubro, Árabe teria roubado o botijão do entregador de um comerciante que havia descumprido uma ordem sua de não vender gás no bairro. A investigação aponta que o policial foi até a residência do comerciante e o ameaçou. Com medo, a vítima abandonou o comércio. 
Ainda segundo a investigação, o agente tinha influência sobre outros policiais lotados no 17º BPM (Ilha do Governador) e contava com a ajuda deles para fiscalizar se os vendedores de gás estavam revendendo somente a mercadoria do seu depósito.
Publicidade
Além desse agente, a Corregedoria deu parecer favorável para a prisão de outros 14 policiais que teriam envolvimento com o tráfico do Morro do Dendê, conforme O DIA revelou em junho. Caberá ao Ministério Público decidir sobre o pedido de prisão à Justiça Militar.
No mesmo dia da morte do chefe do tráfico do Dendê, a Corregedoria realizou uma devassa nas residências e armários desses agentes, com autorização judicial de busca e apreensão. Eles são lotados nos batalhões 17º (Ilha do Governador), 31º (Recreio dos Bandeirantes) e 4º (São Cristóvão). O Morro do Dendê, desde a morte de Guarabu, é considerado uma região de instabilidade para a PM, devido ao vácuo no comando do tráfico local. Por conta disso, o batalhão da área reforçou o policiamento.