Por GUSTAVO RIBEIRO
Rio - Nenhuma meta para a gestão de resíduos no Brasil foi cumprida nos nove anos da aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A realidade é constatada com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), divulgados no dia 2. Segundo a instituição, o país ainda tem três mil lixões a céu aberto, que deveriam ter sido extintos em 2014. O percentual de produção de lixo aumentou, de 2007 a 2017, 28%, sendo que a meta para 2019 era reduzir, na mesma proporção, a produção de resíduos destinados a aterros.
“A lei informa que é necessário investir no encerramento dos vazadouros (lixões). Apesar de ter mais de 50% de seus resíduos indo para aterros sanitários, o Brasil ainda tem uma prática cultural, principalmente em municípios menores, de destinar resíduos em vazadouros. Precisamos sair da gestão medieval de resíduos”, ressalta Carlos Canejo, doutor em gestão de resíduos e professor da Universidade Veiga de Almeida.
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Os lixões são locais sem preparo para receber o lixo, onde o chorume pode penetrar o solo e comprometer os lençóis freáticos, além de atrair animais transmissores de doenças. Já o aterro é uma área preparada para não permitir a contaminação ambiental.
Na visão de Canejo, é fundamental que o poder público invista no encerramento de vazadouros e não só na construção de aterros sanitários, mas também em sua operação adequada. “Encerrar um vazadouro significa construir e operar um aterro sanitário de forma que continue operando sem representar riscos ao meio ambiente. Não pode abandonar esse vazadouro sem remediação, porque, depois de seu encerramento, ele pode continuar contaminando a água e o solo por 20 anos”, explica.
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