Dyogo de Brito morreu com um tiro durante operação da polícia - Arquivo Pessoal
Dyogo de Brito morreu com um tiro durante operação da políciaArquivo Pessoal
Por O Dia
Rio - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) divulgou nota em que manifesta 'profunda preocupação' com a política de segurança pública executada pelo governo do estado. Por meio de sua Comissão de Direitos Humanos, a OAB diz que prestará apoio jurídico às famílias dos jovens assassinados.
A ordem diz que as mortes recentes de seis jovens pardos e negros são 'inadmissíveis' e não podem ser tratadas como efeito colateral aceitável de uma política de enfrentamento, que classifica como truculenta, sem inteligência e sem respeito a direitos e garantias da população.
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A nota diz que as mortes evidenciam desleixo com a vida do cidadão, particularmente de jovens negros e pardos da periferia. Segundo a OAB a segurança e integridade destes jovens ficam comprometidas em ações em que as forças oficiais têm licença para matar.
"Nenhum indicador de violência ou 'propósito pacificador' justifica incursões policiais que desprezem a vida humana, com corte de raça e classe tão eloquente. Medidas como edição de manuais secretos para operações aéreas e mensagens de estímulos à matança generalizada não somam esforços. Pelo contrário, são instrumentos de acirramento dos ânimos e amplificadores dos níveis de letalidade", diz outro trecho.
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Confira a nota completa:
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, vem manifestar sua profunda preocupação com a política de segurança pública executada pelo governo do estado.
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As mortes recentes de seis jovens pardos e negros é algo inadmissível e não podem ser tratadas como efeito colateral aceitável de uma política de enfrentamento truculenta, sem inteligência e respeito a direitos e garantias da população.
Esses episódios evidenciam grave desleixo com a vida do cidadão, particularmente de jovens negros e pardos da periferia, cuja sua segurança e integridade ficam comprometidas em ações em que as forças oficiais têm licença para matar.
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Nenhum indicador de violência ou “propósito pacificador” justifica incursões policiais que desprezem a vida humana, com corte de raça e classe tão eloquente. Medidas como edição de manuais secretos para operações aéreas e mensagens de estímulos à matança generalizada não somam esforços. Pelo contrário, são instrumentos de acirramento dos ânimos e amplificadores dos níveis de letalidade.

Esperamos que a população não seja exposta a riscos desnecessários, não seja vitimada nos confrontos. E que eventuais criminosos sejam presos e julgados, conforme estabelece a lei.

A OAB/RJ estuda medidas contra esse estado de coisas, mantendo-se firme na defesa intransigente da sociedade. Por intermédio de sua Comissão de Direitos Humanos, prestará apoio jurídico às famílias dos jovens assassinados.

Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2019.