Robson Oliveira não conseguiu dormir: 'Estou tentando sobreviver' - Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Robson Oliveira não conseguiu dormir: 'Estou tentando sobreviver'Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Por GUSTAVO RIBEIRO
Está sendo difícil para os passageiros feitos reféns na Ponte Rio-Niterói, na terça-feira, voltar à rotina. Nesta quarta-feira, o auxiliar de cartório Robson Oliveira, de 59 anos, chegou a mudar de trajeto, de São Gonçalo para o Centro do Rio. Ele resolveu trocar o 2520, que pegava todos os dias, por uma linha de ônibus diferente e usar também a barca. Robson foi o quinto a deixar o veículo durante o sequestro e fingiu passar mal para ser liberado pelo sequestrador.
"Na primeira noite, não consegui dormir. Estou vivendo um pesadelo, mas vou procurar um psicólogo. Hoje não peguei o ônibus porque não tinha condições psicológicas. Vim direto para o trabalho e não quis ir à academia. Vou fazer o mesmo até sexta-feira. Estou tentando sobreviver", revelou.
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A recepcionista Rafaela Gama, de 20 anos, não conseguiu voltar ao trabalho e busca apoio profissional para superar o trauma. "Me considero uma pessoa forte, mas estou assustada. Achei que voltaria rápido, mas já fui ao psicólogo duas vezes e tenho uma consulta com psiquiatra amanhã", contou.
Outros receberam folga, como o professor Hans do Nascimento, de 34, que leciona Geografia em uma escola na Zona Oeste do Rio. Ele cruzou a ponte nesta quarta-feira, mas para dar entrevistas para emissoras de TV. Porém, foi e voltou de carro. "Não tem como ficar indiferente, porque traumatizou. Mesmo que me incomode, terei que seguir como se nada tivesse acontecido", comentou ele, que deve voltar ao trabalho nesta quinta-feira.