Delegado Antônio Ricardo Nunes, chefe do Departamento Geral de Homicídios - Luiz Ackermann / Agencia O Dia
Delegado Antônio Ricardo Nunes, chefe do Departamento Geral de HomicídiosLuiz Ackermann / Agencia O Dia
Por Maria Luisa de Melo
Diante do crescimento do número de mortes por intervenção de agentes do Estado, uma ordem de serviço, baixada no último dia 8 e assinada pelo delegado Antônio Ricardo Nunes, chefe do Departamento Geral de Homicídios fez novas determinações para as investigações voltadas para autos de resistência.
De acordo com o documento, o Grupo Especial de Local de Crime, formado por policiais que atuam nas delegacias de homicídio (como legistas e peritos de local), deverá comparecer aos locais das mortes provocadas pela polícia mesmo que o corpo não esteja mais ali. No caso do corpo ser levado para o hospital, torna-se obrigatório que os agentes irem até a unidade de saúde para atestar que as versões apresentadas pelos policiais envolvidos nas mortes condizem com as marcas deixadas nos cadáveres.
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Os ferimentos também deverão ser devidamente fotografados, para apurar se há indícios de execução.
Além disso, qualquer testemunha e/ou familiares que estiverem no hospital para onde a vítima tenha sido levada, deverão ser ouvidos , "mesmo que à mão" e na própria unidade de saúde, caso "haja inviabilidade de condução à sede da delegacia correspondente". 
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A medida foi elogiada pelo delegado Orlando Zaccone, que está há 19 anos nos quadros da Polícia Civil.
"Esse ato é um grande avanço, porque mostra que a Divisão de Homicídios reconheceu a necessidade de ter uma atenção especial para as investigações dos autos de resistência", diz. "Isso vai fazer com que os policiais tenham mais cuidado no proceder durante uma operação. Eles não podem perder a referência no cuidado com a vida das pessoas pobres", acrescentou.