Grupo formado por muitas famílias, ativistas, políticos e artistas se reuniu no início da tarde em Ipanema e caminhou até o Leblon - Cléber Mendes
Grupo formado por muitas famílias, ativistas, políticos e artistas se reuniu no início da tarde em Ipanema e caminhou até o LeblonCléber Mendes
Por Aline Cavalcante
Rio - Milhares de pessoas protestaram na tarde deste domingo na praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio. O manifesto a favor da Amazônia e contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) contou com artistas, ambientalistas, políticos e organizações sociais. "Amazônia fica, Bolsonaro sai" foi um dos gritos dos manifestantes. As declarações de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, também foram criticadas e os manifestantes chegaram a gritar "Fora Salles".

O cantor e compositor Caetano Veloso também participou do protesto. “Estou aqui defender as causas do meio ambiente. As queimadas da Amazônia evidenciaram a importância de se fazer isso”.
“O que está acontecendo aqui, este ato é de extrema importância. Estou aqui não só pelo meu filho, mas por todos nós. Não podemos nos calar, temos que lutar neste momento”, disse a atriz Aline Moraes.

Para a estudante Laura Ribeiro Vidovichi, 18, este é um momento de se unir, independente de posicionamento político. " O meio ambiente é pauta do ser humano, não é uma questão política. A Amazônia é nossa casa, estamos destruindo a nossa casa. É hora de todos lutarem juntos".

O deputado Marcelo Freixo (PSOL) afirmou que as manifestações são fruto de uma política equivocada da questão ambiental. "Esta é uma reação às falhas do governo nesta área, que só está agindo por causa da pressão popular e das manifestações", criticou.

Os protestantes andaram pela Avenida Vieira Souto com cartazes que carregavam dizeres como “Salve a Amazônia, ela é o pulmão do mundo”, "Sem floresta e sem água não tem vida". "A natureza é nosso patrimônio e temos que preservá-la como nossa própria vida, até porque nossa existência depende dela. Temos que lutar pelas próximas gerações e não aceitar o descaso do governo", falou o manifestante José Geraldo da Silva.

Para Camila Monterosso, 34, o governo atual vai contra tudo o que preserva a natureza. "A falta de recursos para para a Amazônia e o descaso do governo são os causadores da situação do desmatamento e das queimadas chegarem aonde chegaram. Tudo o que é feito em prol do meio ambiente o governo tem se mostrado contrário".
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Representante da aldeia Andirá, Teresa Corrêa da Silva, 55, pediu por mais justiça e empatia. "Queremos um governos que olhe para os índios e que queira salvar a Amazônia".

O ato em Ipanema contou com ainda com a presença artistas como Maitê Proença, Sônia Braga, Mateus Solano, Alice Wegmann, Zezé Polessa, Patrícia Pilar, Antônio Pitanga, Nanda Costa, Deborah, Luisa Mell, Débora Bloch, além de políticos como Alessandro Molon (Rede), Jandira Feghali (PCdoB) e Carlos Minc (PSB).
O ato foi organizado pelo #342 Amazônia, um aplicativo lançado este ano em uma parceria entre o Greenpeace, o coletivo Mídia Ninja e o movimento 342, criado pela empresária Paula Lavigne para defender pautas progressistas no Congresso.

Segundo os organizadores do evento, estiveram presentes quase 20 mil pessoas. Outras cinco cidades do país também tiveram manifestações pela Amazônia neste domingo: Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Rio Claro (SP) e Piracicaba (SP). Os atos criticavam também a política ambientalista do Governo Federal.

Pela manhã, houve um protesto a favor da Lava Jato, do ministro Sérgio Moro e do governo Bolsonaro, em Copacabana.