Clauvino da Silva tentou fugir de Bangu 3 usando máscara de mulherdivulgação
Por O Dia
Publicado 07/08/2019 03:00 | Atualizado 07/08/2019 10:13
Rio - A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) abriu sindicância para apurar as circunstâncias da morte do traficante Clauvino da Silva, dentro de uma cela isolada, da Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, em Bangu 1. Clauvino, que no sábado tentou fugir disfarçado de mulher, foi encontrado enforcado com um lençol.
O caso está sendo tratado como suicídio e também foi registrado na Polícia Civil. O DIA apurou que a sindicância irá checar se algum inspetor, sem autorização, chegou a ter contato com o preso. “Uma das possibilidades é a de que chefes do tráfico da cela B7 tenham mandado ele se matar, por considerar a situação vexatória demais”, afirmou um agente que acompanha a instauração da sindicância.
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Condenado a 73 anos e 10 meses de prisão por tráfico de drogas, Clauvino já havia fugido, pelo esgoto, do Complexo de Bangu, em 2013. Porém, ele foi recapturado em Angra dos Reis, sua área de atuação, no dia seguinte.
Na época, o preso cavou um túnel de cinco metros e, com outros 30 bandidos, nadou submerso no esgoto até conseguir chegar a uma galeria que dava acesso à rua. No sábado, Clauvino recebeu a visita da filha e de outras oito mulheres, uma delas grávida, na galeria B7 de Bangu 3. O espaço é coletivo e abriga 90 chefes do tráfico do Comando Vermelho (CV).
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No local, ele trocou de roupa com a filha e vestiu máscara de silicone, peruca com fios longos pretos e roupas femininas para tentar sair misturado às outras mulheres. A tentativa, no entanto, falhou. Segundo a Seap, o disfarce teria sido levado pela grávida, sob o vestido, já que gestantes não passam por revista íntima.
Após o esquema ter sido descoberto, a filha e a grávida foram encaminhadas para a 35ª DP (Campo Grande) e liberadas. Elas vão responder pelo crime de facilitação de fuga de presos, que é de menor potencial ofensivo. De acordo com informações de agentes penitenciários, a galeria B7 é conhecida como “a ala de comissão do CV”. Ou seja, onde a cúpula que está presa no Rio toma decisões. “Ninguém é executado em uma favela, por exemplo, sem autorização da comissão”, afirmou um inspetor.