Publicado 08/08/2019 13:21 | Atualizado 08/08/2019 15:03
Rio - A operação da Polícia Civil contra a lavagem de dinheiro do tráfico da Cidade de Deus prendeu em uma casa de luxo avaliada em R$ 2 milhões, na Freguesia, a mulher de Carlos Henrique dos Santos, o Carlinhos Cocaína, o "contador do tráfico" da comunidade, na manhã desta quinta-feira. Na favela, pelo menos cinco pessoas morreram durante confronto na ação policial.
Principal alvo da operação, Carlinhos Cocaína continuava foragido até o início da tarde. Além da mulher do "contador do tráfico", identificada como Adriana Ferreira, também foram presos Luciene Ramos e José Luiz Martins, apontados como laranjas do esquema criminoso. No total, a ação visava cumprir sete mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.
A operação Pró-Labore, como foi chamada, teve como base a investigação que apontou que os alvos lavavam o lucro do tráfico de drogas da Cidade de Deus através da compra de imóveis, usando laranjas, operadores e até advogados.
Durante os setes meses que foi apurado os crimes, foi descoberta a aquisição de cerca de 29 imóveis, sendo pelo menos sete propriedades imobiliárias formais usando laranjas, enquanto os outros não foram formalizadas, no total de R$ 5 milhões. Foram ainda descobertos gastos de mais de R$ 500 mil em espécie.
Nesta primeira fase da operação, são cumpridos os mandados de prisão, busca e apreensão e medidas cautelares de sequestro dos bens imóveis adquiridos com dinheiro do tráfico de drogas, bem como sua imediata perícia e avaliação para alienação e reversão de ativos à Polícia Civil, passando os lucros de traficantes para ser usado "no combate à criminalidade", diz a polícia.
"A presente investigação possui importância vital e estratégica no combate ao fluxo financeiro e poderio econômico de organizações criminosas que dominam territorialmente complexos de favelas no Rio de Janeiro, com atuação beligerante contra o poder publico e a sociedade civil. O foco principal foi perseguir e identificar o fluxo financeiro destas organizações e identificar os autores com domínio final do fato em comunidades carentes territorialmente dominadas por narcotraficantes".
A operação foi coordenada pela 32ª DP (Taquara), com o apoio do Departamento Geral de Polícia da Capital (DGPC), Departamento Geral de Polícia (DGPE), Departamento-Geral de Investigação à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGICCORLD) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
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