Sniper posicionado durante o sequestro de ônibus na Ponte - Ricardo Cassiano
Sniper posicionado durante o sequestro de ônibus na PonteRicardo Cassiano
Por O Dia
Rio - A Alerj aprovou, nesta terça-feira, uma homenagem ao sniper que matou Willian Augusto da Silva, de 20 anos, que sequestrou um ônibus e manteve 39 passageiros reféns na ponte Rio-Niterói no dia 20 de agosto. O sargento Ismael Damásio dos Santos receberá a Medalha Tiradentes, maior honraria da casa.
A homenagem foi proposta pela bancada do PSL e, durante o debate, houveram divergências entre os parlamentares.
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Mônica Francisco, do PSOL, chamou sua morte de "execução" e ressaltou as condições do atirador, que sofria de transtornos mentais. "Exaltar a execução do William, como se ele fosse criminoso, é uma leviandade por parte dessa casa". "Praticamente 3% da população brasileira sofre com transtornos mentais, e o William era uma dessas pessoas", afirmou. 
Em seguida, a deputada, que se disse "pessoalmente contrária" à homenagem, mas se absteve do voto por orientação do PSOL, argumentou que a rede de atenção psicossocial do Estado está "sucateada" e criticou a postura da Casa quanto a isso: "Não tem a devida atenção". "William Augusto da Silva estava em surto psicótico. No dia seguinte, um outro rapaz, em Copacabana, se esfaqueou, também em surto. Isso nos chama a atenção para a tragédia do sofrimento mental no Rio de Janeiro, que é resolvida à bala".
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Filippe Poubel, do PSL, um dos autores do pedido da homenagem, chamou o sequestrador de "marginal" e rebateu a parlamentar: "Vocês vão ter que engolir! E pegue o vagabundo de vocês, e leve pra morar com vocês". 
Já Luiz Paulo, do PSDB, também se absteve, mas não quis entrar na polêmica. "Eu não to entrando no mérito ético, moral, da ação, eu estou aqui visando, com a minha abstenção, proteger o policial". "O sniper procurou o tempo todo ocultar a sua imagem. Quando ele estava em cima do carro do corpo de bombeiros, ele se cobriu e manteve a sua imagem sem visibilidade. Por que? Porque a visibilidade do sniper tem que ser ocultada", justificou. 
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O deputado ironizou, contudo, o comentário de Poubel: "O deputado que me precedeu, solicitou que os deputados de esquerda o levassem pra casa. Não dá pros deputados levar pra casa esse suicida, exatamente porque ele já morreu. A não ser que os deputados de esquerda sejam kardecistas", concluiu.