Jorge: internado na Posse - Reprodução/Internet
Jorge: internado na PosseReprodução/Internet
Por Julia Noia*
Rio - O diretor-geral do Hospital Geral de Nova Iguaçu, Joé Gonçalves Sestello, informou que vai abrir uma sindicância para apurar o que aconteceu com o pintor Jorge Nascimento de Oliveira, de 46 anos, que estava desaparecido após dar entrada com quadro de pneumonia e tuberculose. Ele foi internado em uma área de isolamento no último dia primeiro. Segundo parentes, o hospital narrou que na madrugada do dia 4 para o dia 5, por volta das 3h, Jorge saiu à revelia da unidade de saúde. Entretanto, o homem saiu sem assinar nenhum documento. Ainda de acordo com os familiares, o diretor do Hospital da Posse teria dito que no prontuário de Jorge havia a notificação de que ele já havia tentado retirar os acessos venosos por duas vezes.
Durante uma coletiva nesta terça, o diretor da unidade manteve a versão que o paciente saiu à revelia no dia 3 e retornou sem identificação. "Tentou sair do hospital duas vezes. Na primeira, tentou sair com o acesso, e conseguiu ser alcançado quando estava tentando pegar um uber".  
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"O paciente voltou ao hospital 36 horas depois com outro diagnóstico. Ele sofria de uma forte dor epigástrica. Estava no sistema como paciente não identificado, vindo do SAMU classificado como morador de rua", disse Sestello. "Infelizmente, é o desfecho que não queríamos ter, mas não tinha como saber que o seu Jorge que saiu do hospital era o paciente não identificado que deu entrada 36 horas depois", continuou.
Ainda de acordo com o diretor do hospital, a unidade emitiu documento ao IML para que houvesse uma avaliação papiloscópica para averiguar a identidade do morto. "Devido às emoções no momento, é possível que haja algum tipo de confusão na identificação do corpo".
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"Eu não tenho dúvida nenhuma de que iremos abrir uma sindicância para que não haja questionamento sobre o desfecho do óbito. Até o dia que saiu por evasão, era o seu Jorge. Depois que foi readmitido, foi tratado como paciente não identificado de acordo com o protocolo, ou seja, acionar IML, delegacias. Nesses casos, cabe uma avaliação detalhada, e assim será feito", finalizou.
De acordo com o titular da 58ª DP (Posse), Gustavo Mello de Castro, o prontuário médico e imagens de câmeras de segurança foram requisitadas. Para ele, a prioridade é identificar como se deu a saída do paciente e se realmente teve essa saída. Ele ainda acredita que a família pretende processar o hospital. "Quando chegaram, estavam bastante inconformadas que, quando Jorge saiu do hospital, não foram comunicados de nada", confirmou
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O delegado estima que as imagens das câmeras de segurança cheguem em cinco dias úteis, e constatou: "a maior evidência do que de fato aconteceu vem das imagens".
*Estagiária sob supervisão de Gustavo Ribeiro