O carnaval de 2020 da Série A, que terá a Imperatriz Leopoldinense, poderá acontecer com portões da Sapucaí abertos ao público - Fernando Grilli | Riotur
O carnaval de 2020 da Série A, que terá a Imperatriz Leopoldinense, poderá acontecer com portões da Sapucaí abertos ao públicoFernando Grilli | Riotur
Por Luana Dandara
Em uma tentativa de reverter a perda da subvenção municipal, a Liga das Escolas de Samba do Rio (Lierj), que administra os desfiles da Série A, pretende deixar de cobrar ingressos e abrir os portões da Sapucaí em 2020. Anunciada há duas semanas, a retirada dos recursos foi justificada, pela prefeitura, por conta da presença de bilheteria no evento. "O Carnaval da Sapucaí não vai mais receber subvenção. A prefeitura decidiu não dar mais subvenção para nenhum evento que cobre ingresso", sentenciou Marcelo Crivella, na ocasião.

Segundo o diretor de Carnaval da Lierj, Cícero Costa, um documento abrindo mão da venda de ingressos foi entregue à prefeitura na segunda-feira. "Foi a alternativa que encontramos para tentar viabilizar a subvenção municipal. As escolas da Série A passam por uma grave crise financeira e, sem esse valor (da subvenção), é quase impossível o desfile acontecer", explicou. A arrecadação da bilheteria na Série A varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil, enquanto a subvenção da prefeitura, neste ano, foi de R$ 250 mil para cada escola. "É um valor muito baixo para fazer um Carnaval digno", criticou Cícero. Entre as escolas da Série A, está a Imperatriz Leopoldinense, rebaixada este ano e que terá como carnavalesco Leandro Vieira, o atual campeão do Grupo Especial, com a Mangueira.

Uma reunião entre a Lierj e o prefeito deve acontecer na próxima semana, para análise da proposta. A Riotur disse, em nota, que ainda não foi comunicada oficialmente e mantém diálogo constante com as ligas das escolas de samba. "Nos posicionaremos oportunamente, quando essa questão for formalizada".
Mas pelo menos por parte da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), detentora da permissão de uso do Sambódromo, a medida não teria entrave. "Não vejo nenhum empecilho, se for a oportunidade de a Lierj conseguir apoio municipal. Só precisaria de um estudo técnico para viabilizar a logística e garantir a segurança do público", afirmou Jorge Castanheira, presidente da Liesa, que voltou a desaprovar a retirada de subvenção. "Não fizemos nada contra o prefeito para receber esse tipo de tratamento. O Carnaval traz muitos benefícios ao Rio. É um sufoco que não esperávamos passar".

Castanheira também rebateu a divulgação da prefeitura de que o valor dos desfiles da Sapucaí irá para creches conveniadas. "Entendo que a prefeitura pode estar sem recursos, mas isso é um anúncio distorcido. A gente sabe que a receita da Educação não vem do Carnaval, é um orçamento específico para a área", pontuou. Ele lembrou, ainda, que 6.500 ingressos dos desfiles do Grupo Especial são doados à população, e 9.600 são vendidos a R$ 10.
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Ajuda estadual
Por outro lado, o governo do Estado do Rio está em busca de patrocínio para os desfiles, tanto do Grupo Especial como da Série A. "Estamos esperançosos. Enquanto isso, as agremiações ainda estão com os projetos no papel, porque precisam de orçamento. Desde que a prefeitura passou a cortar as verbas, a Série A foi sacrificada em 75%. Cada escola recebia R$ 900 mil", pontua o diretor da Lierj. "Estamos de mãos atadas", completa o presidente da Acadêmicos do Sossego, Hugo Júnior.
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Menos alegorias
Amanhã haverá uma reunião entre a Liesa e as 13 agremiações do Grupo Especial para definir, em votação, o tempo de desfile, o número de componentes e o número de alegorias. A sugestão da Liga é a apresentação de, no mínimo, quatro carros alegóricos por escola, em vez de cinco, como acontece atualmente.
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Novo intérprete da Unidos da Ponte
A Unidos da Ponte anunciou a contratação do intérprete Leandro Santos, que também integra a equipe de puxadores de samba da Mangueira. Ele será apresentado oficialmente no dia 22.
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