Há meses os policiais paulistas investigavam as atividades do braço do PCC sob a liderança de “André do Rap”, apontado como segundo homem na hierarquia da organização criminosa paulista, que controla presídios em vários estados e atua no tráfico internacional de armas e drogas.
Ao receber da DAS paulista o pedido de apoio, o Comandante do 33º BPM, Tenente-Coronel Marcelo Martins da Silva, acionou o serviço reservado da unidade, que passou a monitorar desde a manhã de sábado o grupo que ocupava uma mansão num dos condomínios mais luxuosos da Costa Verde do estado. Os policiais da P2 acompanharam à distância os passos dos criminosos, inclusive filmando passeios do grupo na praia particular do condomínio e num shopping do balneário.
De posse de todas as informações, foi possível desencadear a operação de cumprimento de prisão e busca e apreensão em segurança, sem necessidade de troca de tiros, tentativas de fuga ou qualquer outro imprevisto. “André do Rap” e seus cúmplices foram presos em flagrante no interior da residência.
De acordo com o delegado, André do Rap é um dos principais líderes do PCC no tráfico internacional de drogas. "Não tem só uma quadrilha. Dentro do PCC tem vários que mandam droga para fora", disse Pinheiro. "Ele a gente acredita que seja responsável por um desses grupos."
O delegado lembrou que um dos grupos foi responsável pelo assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, que era considerado o principal chefe do PCC fora da cadeia. Gegê e o seu comparsa, Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos em uma emboscada em um território indígena em Aquiraz, na região metropolitana de Fortaleza, em fevereiro do ano passado.
A polícia investiga se outros ramificações do PCC controlam o tráfico internacional no Porto de Santos.
Pinheiro explicou que a Polícia Civil descobriu o paradeiro de André do Rap ao investigar o dono de uma lancha avaliada em R$ 6 milhões. Segundo o delegado, a embarcação estava em nome de uma empresa cuja sede é um casarão abandonado no centro de Santos.
"Ela está em nome de um empresário, que tem um moto CG", afirmou o delegado. "Como um cara que tem uma moto CG tem uma lancha de R$ 6 milhões? A gente acredita que ele (André do Rap) usava esses laranjas para lavar o dinheiro."
André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros dez suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele era apontado como líder do PCC na Baixada Santista, com ligação com traficantes da zona noroeste de Santos e do Morro Nova Cintra.
As investigações, à época, apontavam que traficantes tinham linha de fornecimento de cocaína entre a Bolívia e São Paulo, e haviam feito uma aliança com o PCC da Baixada Santista para conseguir uma rota para exportar a droga.
A facção, que atua nos presídios paulistas, havia cooptado pessoas que trabalhavam em postos aduaneiros na zona portuária para trabalhar para o esquema, segundo a polícia.