Protesto cobrou explicações sobre morte de Vitória - Divulgação
Protesto cobrou explicações sobre morte de VitóriaDivulgação
Por GUSTAVO RIBEIRO
Rio - Parentes e amigos de Vitória de Oliveira Rodrigues, de 18 anos, encontrada morta no carro do namorado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na segunda-feira, fizeram uma passeata silenciosa na manhã deste domingo pedindo respostas sobre o que aconteceu dentro do veículo. Cerca de 50 pessoas percorreram as ruas do bairro Campos Elíseos, entre o local onde o automóvel foi encontrado até o posto de saúde para onde a jovem foi levada. Vitória chegou sem vida à unidade de saúde. 
O caso foi registrado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que não divulgou linha de investigação. Vestidos de camisas brancas, os manifestantes seguravam cartazes que diziam: "Queremos saber o que aconteceu naquele carro", "Queremos respostas!", "Não vamos nos calar!" e "Vitória vive".
Publicidade
De acordo com a família, Vitória de Oliveira Rodrigues saiu de uma festa com o namorado, de 30 anos, na noite de domingo, e foi vista desacordada dentro veículo pela família dele. Socorrida a um posto de saúde da região por parentes do namorado, ela chegou à unidade sem vida. A vendedora Viviane Almeida de Oliveira, 38, mãe de Vitória, contou que viu marcas roxas no pescoço e no rosto da filha no hospital e que o pingente do cordão que ela usava estava amassado. Segundo a mãe de Vitória, os parentes do namorado alegam que os dois dormiram com o carro ligado e que a jovem morreu asfixiada por inalar gás. 
A vítima tinha apenas 18 anos - Reprodução
Publicidade
"Uma coisa que não está batendo é por que os parentes do namorado alegaram que ele estava desacordado quando chegou ao posto, sendo que ele nem internado ficou? Nós achávamos que ele tinha chegado em estado grave, mas foi logo liberado e saiu muito bem. Foram colhidas digitais dele? Ele passou pela perícia criminal? Foi feito corpo de delito nele para saber se realmente ele inalou o tal gás?", questionou a mãe.
"Primeiro, a família dele alegou que os dois estavam desacordados. Aí ele chegou ao hospital e não foi socorrido por socorro especializado. Depois, disseram que ele estava com a coluna travada. Então quem é que o socorreu e destravou a coluna dele para chegar ao hospital? São questões que queremos saber. É o que falta para desvendar o que aconteceu naquele carro", acrescentou Viviane.
Publicidade
No início da semana, a DHBF informou, por meio de nota, que “foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte” e que diligências buscam testemunhas e imagens. A Polícia Civil não respondeu se o namorado é suspeito. A declaração de óbito apontou que a causa da morte dependia de exames laboratoriais. Procurada novamente, a especializada informou que não tinha novidades para divulgar.
Protesto cobrou explicações sobre morte de Vitória - Divulgação
Publicidade
FAMÍLIA DIZ QUE NAMORADO ERA POSSESSIVO

De acordo com a mãe, amigos de Vitória apontaram que o namorado tinha histórico possessivo e agressivo e que os dois brigaram na saída da festa. O casal estava junto há 4 anos, mas Viviane só falou com ele uma vez por telefone. "Há um ano, ela rachou a cabeça e me disseram que ela se jogou do carro para ele não matá-la. Ele não deixava minha filha viver a vida dela e a perturbava. Quando ela dizia que ia a algum lugar, muitas vezes ele ficava lá esperando ela. Uma vez pulou o muro da casa de uma amiga para saber se ela estava lá. Ela sempre negava as agressões. Acho que tinha medo dele. Dizem que ele batia nela sempre", comentou Viviane.

Ainda segundo a mãe dela, o namorado chegou a receber atendimento médico no hospital, mas não teria aparentado mal-estar e foi liberado. Ela também estranhou uma suposta frieza no comportamento do rapaz. "Ele não esboçou nenhum tipo de sentimento. Minha filha morta em uma sala e ele com a cara ótima em outra", afirmou Viviane.
Protesto cobrou explicações sobre morte de Vitória - Divulgação