Marielle foi assassinada no dia 14 de março de 2018 - Reprodução
Marielle foi assassinada no dia 14 de março de 2018Reprodução
Por Natasha Amaral
Rio - O governador Wilson Witzel (PSC) sancionou, nesta segunda-feira, a lei Marielle Franco, que institui o dia 14 de março – data do assassinato da vereadora – como o Dia Estadual das Defensoras e dos Defensores de Direitos Humanos. A lei foi proposta pela deputada e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Renata Souza (PSOL).
Um ano e meio após o crime, que segue sem respostas, Renata pondera: "Nós temos o Dia Internacional dos Direitos Humanos, mas nunca falamos quem são esses defensores e defensoras. São histórias negadas e apagadas dos livros. Temos as histórias de Chico Mendes, a irmã Dorothy, a Marielle. A ideia é dar visibilidade à luta por direitos humanos e, também, proteção às pessoas que lutam por essa causa.
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Quanto à decisão do governador, Renata disse estar feliz com a compreensão da importância da data. "Considero que isso é um entendimento que deveria chegar também na segurança pública do Rio. Nós defensores podemos muito contribuir para que essa política resguarde a segurança de todos".
Presente no calendário estadual a partir do próximo ano, o Dia Estadual das Defensoras e dos Defensores de Direitos Humanos contará com atividades educacionais, culturais, econômicas e sociais, voltadas para a conscientização sobre os direitos humanos. Os eventos serão realizados em escolas, serviços de saúde, universidades e em diversos órgãos públicos do estado.
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Assassinato de Marielle Franco
A vereadora Marielle Franco (Psol) e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados no dia 14 de março de 2018, quando ela saía de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, região central do Rio. Eles foram surpreendidos por criminosos armados em outro carro no Estácio.
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Mesmo sem desfecho conclusivo, dois homens foram denunciados pela morte da vereadora e de seu motorista. Segundo a investigação, o miliciano Orlando Curicica "forneceu às autoridades informações importantes do envolvimento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz nos assassinatos". Presos no dia 12 de março, o sargento da PM reformado Ronnie Lessa é apontado como o responsável por efetuar os disparos que mataram a parlamentar e seu motorista, enquanto Élcio Queiroz dirigia o Cobalt usado na perseguição e ataque à parlamentar. Élcio foi policial militar, mas acabou expulso da corporação.