Por O Dia
Rio - Nesta quinta-feira (19), a comunicação empática será tema de palestra gratuita no Novotel, em Botafogo, a partir das 20h. CEO e cofundadora da Be Coaching Brasil, Marie Bendelac Ururahy vai abordar o uso da Comunicação Não-Violenta como aliada na prevenção do suicídio. O Brasil registra um caso de suicídio a cada 45 minutos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Essa é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no país, ficando atrás de violência interpessoal e acidentes de trânsito.

Em resposta, as campanhas de prevenção e conscientização sobre o suicídio passaram a incorporar conceitos da Comunicação Não-Violenta (CNV), método desenvolvido nos anos 1990 pelo americano Marshall Rosenberg. Escutar o sofrimento e entender a dor do outro com calma e aceitação, sem fazer julgamentos, pode ser eficaz na preservação de vidas.

“A CNV nos ensina a linguagem da empatia e compaixão, que aproxima e faz florescer nossas relações com nós mesmos e com as outras pessoas. A capacidade de se colocar no lugar do outro e entendê-lo é de grande valia na prevenção do suicídio”, explica Marie.

A especialista lembra que julgamentos e reprovações precisam ser evitados ao se ouvir de uma pessoa que ela está cansada da vida e não encontra razão para viver. O mais importante, segundo ela, é uma escuta atenta e solidária, que permita sentir o outro sem qualquer tipo de crítica ou censura. Essa atitude de atenção precisa ser exercitada.

“É sentir o que aquela pessoa está sentindo, abraçar tal sentimento, aceitar que ele existe e tomar algum tipo de atitude a partir daí”.

Marie lembra que a CNV é oportuníssima em momentos como o atual, em que, extremamente exigidas e pressionadas por uma rotina por vezes massacrante, as pessoas acabam negligenciando os relacionamentos – e a si próprias. Daí o esforço da OMS para mudar o cenário relacionado aos casos de suicídio. A entidade escolheu 10 de setembro como Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Há quatro anos a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), promove a campanha Setembro Amarelo, para enfrentar o problema.

A OMS ressalta que o suicídio não é um fenômeno inevitável. Falar abertamente, de modo afetuoso, e provendo suporte é a melhor maneira de iniciar a prevenção quando há suspeita de que alguém está vivenciando um sofrimento intenso. Não se trata de resolver os problemas da pessoa ou propor soluções imediatas. Escutar de modo respeitoso e encorajá-la a procurar ajuda profissional são ações inestimáveis nesse processo.