Por O Dia
Rio - O ex-PM Paulo Roberto Pashuini foi condenado a 11 anos de prisão, em regime fechado, pela morte do estudante Hanry Silva Gomes de Siqueira, de 16 anos. O julgamento foi realizado pela terceira vez, nesta segunda-feira, no III Tribunal do Júri da Capital. O Conselho de Sentença considerou o ex-policial militar culpado pelo crime de homicídio (pena de oito anos) e também por fraude processual (três anos).

De acordo com denúncia do Ministério Público, no dia 21 de novembro de 2002, no Morro do Gambá, no Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio, o então terceiro sargento do 3° BPM, foi o autor do disparo no peito que matou o jovem. O crime teria sido cometido durante uma suposta troca de tiros e uma situação de legítima defesa forjada. Um revólver teria sido colocado em uma das mãos da vítima e um saco de maconha próximo ao seu corpo.

Na decisão, a juíza Tula Correa de Mello ressaltou que o réu "praticou os fatos na condição de policial militar à época do crime, em violação aos deveres inerentes a seu ofício e dever de zelar pela segurança, pela ordem pública e pela vida dos cidadãos, conforme que lhe é confiado pela sociedade e pelo Estado, que dispendeu recursos na sua preparação e qualificação para atuar justamente no combate a crimes".

Ainda de acordo com a magistrada, as consequências do crime representam "para a população uma perda de confiança no Poder Estatal, eis que agentes de segurança pública devem pautar sua conduta pública conferindo proteção e resguardo dos direitos da sociedade, e não oferecer risco à esta". A magistrada destaca também que a vítima era um adolescente de 16 anos que estudava, fazia cursos, e deixou uma mãe em estado psíquico profundamente abalado.