Quadro de força do Hospital Federal de Bonsucesso considerado obsoleto e que ofereceria risco para os operadores, segundo relatório 
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Quadro de força do Hospital Federal de Bonsucesso considerado obsoleto e que ofereceria risco para os operadores, segundo relatório Reprodução
Por Waleska Borges
Rio - Com cerca de 15 mil consultas ambulatoriais,1.300 internações, além 1.200 atendimentos de emergência mensais, o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na Zona Norte do Rio, é uma verdadeira bomba-relógio. Relatório feito por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), vinculado ao Ministério da Saúde, em abril deste ano, mostra que há alto risco de incêndio na unidade. A Defensoria Pública da União (DPU) pediu, em ofício enviado na última segunda-feira, que a direção do hospital dê explicações sobre a estrutura de combate a incêndios da unidade.

O defensor regional de Direitos Humanos da DPU no Rio, Daniel Macedo, alerta para riscos de consequências catastróficas, como no  incêndio do Hospital Badim, ocorrido na última quinta-feira. A Defensoria pediu ao Corpo de Bombeiros que apure as condições de  funcionamento do hospital, que tem cerca de cinco mil funcionários. Na avaliação, realizada por equipe de engenheiros de diversas
especialidades, foi constatada ausência de licença e de plano de prevenção e combate a incêndio aprovado pelos Bombeiros, além da  inexistência de sistemas de detecção de fumaça e sprinkler (dispositivo que libera água do teto em caso de fogo). Também foram encontrados hidrantes desativados com mangueiras danificadas e sem qualificação para uso.

Em relação ao sistema elétrico do complexo hospitalar, foi identificado superaquecimento em dois transformadores da subestação principal. Com isso, segundo a análise técnica, há alta possibilidade de explosão e de inoperância total do sistema elétrico, além de risco de morte dos operadores. Outras inadequações a normas técnicas, como cabos expostos e instalações elétricas irregulares, oferecem risco de incêndio e de apagão elétrico. Equipamentos obsoletos e em desacordo a normas técnicas são alguns dos pontos levantados na vistoria.

“A situação do hospital é grave e pode afetar todo o entorno da unidade. O problema é que, ao longo de duas décadas, o Ministério  da Saúde inviabilizou o suporte no planejamento das necessidades de longo prazo dos hospitais federais, que têm verdadeiras gambiarras para combate a incêndio”, avaliou Macedo, informando que solicitou os resultados da mesma vistoria feita nos hospitais  federais do Andaraí, Cardoso Fontes, Lagoa e dos Servidores.

O Hospital Federal de Bonsucesso informou que a unidade possui Brigada de Incêndio com atuação 24 horas. De acordo com o Ministério da Saúde, está em trâmite o projeto de reforma e atualização da subestação elétrica do HFB, que deve começar dentro de 40 dias. O plano de recuperação dos hospitais federais prevê a liberação de R$ 120 milhões até 2020 para obras de infraestrutura. O Corpo de Bombeiros disse que recebeu o oficio da DPU e está dando andamento no pedido para a realização da vistoria. A corporação esclareceu ainda que não cabe à instituição a verificação das instalações elétricas, que são de responsabilidade do administrador do imóvel.