O defensor regional de Direitos Humanos da DPU no Rio, Daniel Macedo, alerta para riscos de consequências catastróficas, como no incêndio do Hospital Badim, ocorrido na última quinta-feira. A Defensoria pediu ao Corpo de Bombeiros que apure as condições de funcionamento do hospital, que tem cerca de cinco mil funcionários. Na avaliação, realizada por equipe de engenheiros de diversas
especialidades, foi constatada ausência de licença e de plano de prevenção e combate a incêndio aprovado pelos Bombeiros, além da inexistência de sistemas de detecção de fumaça e sprinkler (dispositivo que libera água do teto em caso de fogo). Também foram encontrados hidrantes desativados com mangueiras danificadas e sem qualificação para uso.
Em relação ao sistema elétrico do complexo hospitalar, foi identificado superaquecimento em dois transformadores da subestação principal. Com isso, segundo a análise técnica, há alta possibilidade de explosão e de inoperância total do sistema elétrico, além de risco de morte dos operadores. Outras inadequações a normas técnicas, como cabos expostos e instalações elétricas irregulares, oferecem risco de incêndio e de apagão elétrico. Equipamentos obsoletos e em desacordo a normas técnicas são alguns dos pontos levantados na vistoria.
“A situação do hospital é grave e pode afetar todo o entorno da unidade. O problema é que, ao longo de duas décadas, o Ministério da Saúde inviabilizou o suporte no planejamento das necessidades de longo prazo dos hospitais federais, que têm verdadeiras gambiarras para combate a incêndio”, avaliou Macedo, informando que solicitou os resultados da mesma vistoria feita nos hospitais federais do Andaraí, Cardoso Fontes, Lagoa e dos Servidores.
O Hospital Federal de Bonsucesso informou que a unidade possui Brigada de Incêndio com atuação 24 horas. De acordo com o Ministério da Saúde, está em trâmite o projeto de reforma e atualização da subestação elétrica do HFB, que deve começar dentro de 40 dias. O plano de recuperação dos hospitais federais prevê a liberação de R$ 120 milhões até 2020 para obras de infraestrutura. O Corpo de Bombeiros disse que recebeu o oficio da DPU e está dando andamento no pedido para a realização da vistoria. A corporação esclareceu ainda que não cabe à instituição a verificação das instalações elétricas, que são de responsabilidade do administrador do imóvel.