Rio - A vida de quem transita pela Rodovia Federal Raphael Magalhães, a BR-493, que corta os municípios de Itaboraí, Guapimirim e Magé, na Região Metropolitana do Rio, não é nada fácil. Ao longo de seus 25,5 quilômetros, que vai da BR-101 (Niterói-Manilha) à BR-116 (Rio-Teresópolis), o cenário é de abandono. O percurso faz parte da segunda etapa de obras do Arco Metropolitano, projeto planejado para favorecer o deslocamento de veículos de grande porte, a fim de desafogar o fluxo pesado nas principais vias dentro da capital.
Em Itaboraí, três grandes construções de viadutos estão abandonadas. As estruturas que ficam em uma extensão de aproximadamente cinco quilômetros viraram obstáculos para motoristas e pedestres. O mato alto tomou conta do lugar que antes era ocupado por muitos operários. As placas de concreto e vergalhões estão expostos representando risco de acidentes.
"Triste é ver que isso se tornou um elefante branco aqui em nossa região. A gente tinha esperança para que as coisas ficassem melhores, mas piorou. Eu torço para que isso se resolva o mais rápido possível e que deem continuidade às obras. A finalização dos trabalhos não beneficia apenas o trânsito de veículos, mas também nós moradores. Porque não usam o dinheiro da Lava Jato para conclusão dessas obras?", questiona o garçom Darlan Barbosa, morador do bairro Jardim Itambi.
Construção esquecida
No trecho em que divide os municípios de Itaboraí e Guapimirim, motoristas encontram dificuldades na travessia de uma ponte. Ao lado, uma enorme construção que foi esquecida.
"Quem dirige transporte de grande porte não tem outra opção, precisa passar por essa rodovia para poder chegar na Região dos Lagos. A gente corre o risco de assalto ou coisa pior, não tem jeito. Infelizmente, a gente precisa trabalhar. Essa rodovia está abandonada e não melhora em nada. Quem sabe um dia as coisas não mudem, vamos torcer", disse o caminhoneiro Marcelo Machado.
A paralisação da segunda etapa das obras, o grande número de buracos espalhados na rodovia e a falta de sinalização na região provocaram impacto negativo na segurança pública. Em junho deste ano, durante um evento na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgaram dados com números de roubos na BR-493. No trecho entre Itaboraí e Magé houve crescimento de 76% entre os anos de 2017 e 2019.
De acordo com o órgão federal, o patrulhamento nas rodovias federais que cortam o Estado do Rio, inclusive na rodovia BR-493, é feito diuturnamente com uso de viaturas e motocicletas. Ainda segundo a PRF, os agentes não ficam estáticos em determinados locais.
Conforme o órgão, agentes baseados na delegacia que fica no km 122 da BR-116 fazem o policiamento na rodovi. A assessoria da PRF explica que promove periodicamente operações em pontos sensíveis das rodovias, baseadas em informações de registros de crimes e acidentes. As denúncias devem ser feitas por meio do telefone 191.
Obras teriam que acabar em 2017