Robson Luiz Marinho Garcia usava o codinome Braga para extorquir dezenas de pessoas no Grande Rio. Ele foi preso em casa, no bairro Mutuá, em São Gonçalo  - Reprodução
Robson Luiz Marinho Garcia usava o codinome Braga para extorquir dezenas de pessoas no Grande Rio. Ele foi preso em casa, no bairro Mutuá, em São Gonçalo Reprodução
Por Beatriz Perez
RIO - A Polícia Civil do Rio prendeu na manhã desta quarta-feira o chefe de uma organização que extorquiu dezenas de pessoas em um ano. Robson Luiz Marinho Garcia, 43, conhecido como Braga, foi preso em casa no bairro Mutuá, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Além dele, outras duas pessoas foram detidas pelos crimes de organização criminosa e extorsão. A 25ª DP, que coordenou a investigação, estima que a organização tinha cerca de dez membros. 
O delegado Fábio Asty explica que o grupo atuava em diversos bairros do grande Rio e se utilizava de codinomes para atrapalhar as investigações. Segundo o titular da 25ª os criminosos faziam vítimas principalmente em São Gonçalo, em Madureira, Recreio, Inhaúma e Jacarepaguá, no Rio e na Baixada Fluminense.
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Luís Eduardo da Silva foi preso durante a Operação Infestus Reprodução
Cristiane Pedro de Souza foi presa durante a Operação Infestus Reprodução
Robson Luiz Marinho Garcia usava o codinome Braga para extorquir dezenas de pessoas no Grande Rio. Ele foi preso em casa, no bairro Mutuá, em São Gonçalo Reprodução
Investigação foi conduzida por um ano pela 25ª DP (Engenho Novo) Divulgação
"Eles operavam em doze escritórios espalhados pelo Grande Rio. As vítimas adquiriam empréstimos nesses lugares. Depois eles fechavam as unidades, iam mudando, até o momento que passaram a fazer empréstimos e extorsões só pelos telefones", diz Asty.
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Apontado como chefe do grupo, Braga estava com a esposa em casa e não ofereceu resistência à prisão. "Apesar de estarem praticando extorsões há pelo menos um ano eles não imaginavam que seriam pegos. Robson só se apresentava como Braga", conta.
Foram bloqueadas seis contas, todas na Caixa Econômica Federal, utilizadas pela quadrilha. Segundo o delegado, um montante de R$ 2 milhões foi bloqueado. Agora, as vítimas poderão solicitar à Justiça a recuperação do dinheiro extorquido.
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"Os extorsionários determinavam ainda que os valores fossem depositados sempre em contas poupança da Caixa Econômica Federal, todas em nome de terceiros ligados ao grupo. Diante disto, procedeu-se também à quebra de sigilo bancário destas contas. Oportunamente, será efetivado o bloqueio de tais contas, bem como o sequestro dos valores nelas encontrados", diz o delegado. 
As investigações se iniciaram após denúncias feitas em sede policial por vítimas que diziam que, após realizarem empréstimo, vinham sofrendo coações e ameaças.  "Algumas pessoas vieram até 25ª DP falaram que o Braga as estava extorquindo e ameaçando. Depois, verificamos e coletamos as ocorrências de extorsão em outras delegacias", conta Fábio Asty.
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As vítimas eram coagidas a pagar taxas de juros entre 40% a 80% ao mês, sob pena de pagarem com a própria vida caso não arcassem com suas "dívidas".
Os policiais pediram a quebra de sigilo telefônico do celular usado por Braga para realizar as cobranças. Em uma das conversas, ele diz que tem mil clientes e diversos escritórios de agiotagem. Em outro grampo, autorizado pela Justiça, ele diz que vai colocar uma das vítimas dentro de um carro.
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Para aterrorizar as vítimas, os criminosos se utilizavam de um site de consulta, o Confirme Online, onde obtinham os dados pessoais, telefones e endereços. "Eles ligavam para vizinhos e familiares e pediam para passar o recado para os supostos devedores", diz Asty.  

O delegado explica que uma nova fase da investigação vai mirar os outros quatro suspeitos de integrar a quadrilha. Até então, as identidades não haviam sido identificadas, já que se utilizam de codinomes. 
Três pessoas foram presas até agora:
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Robson Luiz Marinho Garcia, 43, conhecido como Braga
Luís Eduardo de Souza
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Cristiane Pedro de Souza
Também são alvos de mandados de prisão:
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Carlos Magno Conceição Oliveira
Paulo Pedro Souza de Menezes
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Marcia de Oliveira Rodrigues
Também serão cumpridos sete mandados de busca e apreensão.
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Além de extorquirem as vítimas, os alvos de mandados também cediam as contas bancárias da Caixa Econômica Federal para as vítimas realizarem os depósitos. Eles ganhavam uma "porcentagem" por isso.