PQD cumpre pena no Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, em regime semiaberto. Não fica o dia inteiro dentro da cela, mas não está liberado para deixar a cadeia. A foto chegou até o setor de inteligência da Polícia Civil na semana passada, logo após três traficantes terem sido mortos dentro do Dendê, que é dominado pela facção Terceiro Comando Puro.
Os autores do crime seriam da Vila Joaniza, do Comando Vermelho, facção de PQD. Marcelo PQD é antigo desafeto de Guarabu. Em 2007, ele foi preso ao tentar invadir o morro, na época já controlado por Guarabu. Em junho deste ano, ele pediu a progressão para prisão domiciliar, mas o Tribunal de Justiça negou. Sua última manobra jurídica foi tentar um habeas corpus, também negado pelo TJ. Agora, recorre ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) “está verificando a autenticidade da imagem. A cela do apenado será vistoriada e, caso seja constatada a irregularidade, este será punido disciplinarmente, podendo, inclusive, culminar na regressão do regime de cumprimento da pena”.
Delegacia prepara operação contra armas
O traficante comandava o conjunto de favelas, que tinha sido palco da execução do jornalista Tim Lopes. Da prática ao crime, agora, passou a investigar, como delegado, o tráfico, e diz que quer parar de ‘criar gelo’. “Apreender uma arma só faz com que aquele traficante compre outra, movimentando o crime.
Apreensão pura e simples da arma resulta em criar gelo, que depois deverá ser enxugado. Não que isso não seja importante, mas temos que mudar a lógica”, afirmou o delegado. Para isso, o delegado prepara uma operação para prender fornecedores e quem participa da lavagem de dinheiro do tráfico. “O foco não é em pessoas, líderes de quadrilhas ou rotas, e sim no sistema que faz funcionar essa engrenagem. Teremos prisões em breve”.
O Estado do Rio apreendeu este ano, até a sexta-feira, 400 fuzis, uma marca histórica.
‘Temos vários Lessas, aqui’, afirma delegado Amim
“Temos vários Lessas, aqui”, afirma Amim, quando indagado sobre armeiros do tráfico. “Não há uma figura de um armeiro, ou seja, uma pessoa especializada que monta armas para o tráfico. Os fuzis são montados com peças de diferentes fornecedores, e alguém com conhecimento mínimo de armas consegue montar”, explicou.
Sobre a investigação de Lessa, o delegado diz que já identificou outras pessoas que participavam do esquema de remessa das peças. Mas não quis revelar mais informações, pois as investigações correm sob segredo de Justiça.
Ronnie Lessa encontra-se em presídio federal e nega autoria na morte de Marielle e do motorista dela, Anderson Gomes. Ele também responde por tráfico de armas e de peças novas para montar fuzis.