A lista inclui orientações como “Respeitar a Constituição”, “Evitar operações na entrada e saída das escolas” e “Não forjar situações colocando armas nas mãos de moradores baleados”.
O material traz o título “O que os policiais não devem fazer quando entram nas comunidades?”. O governador não deu garantias de que o estado vai interromper as ações da polícia nas comunidades, mas prometeu reunir-se com responsáveis da Segurança para debater sobre os itens.
“Foi uma reunião muito produtiva para essas crianças. Elas foram ouvidas pelo governador, é muito importante esse acesso que esses jovens tiveram hoje. O governador se mostrou disposto a ajudar e disse que vai levar os pedidos para os comandantes”, explicou Yvonne.
O modelo, elaborado por jovens de 11 a 15 anos, é uma resposta ao posicionamento do governador, que sugeriu a elaboração de uma cartilha para dar orientações a moradores de comunidades, determinando como devem proceder durante operações.
Witzel e o coronel Rogério Figueredo, secretário da Polícia Militar, receberam Yvonne e os adolescentes. A pedagoga contou que os jovens conversaram com o governador e enumeraram problemas vivenciados na Maré. Invasões a residências e o uso de helicópteros durante operações policiais foram algumas das pautas. Witzel não conversou com a imprensa.
Outras frases, sugeridas à mão pelos adolescentes, antes da edição da cartilha, denunciam a discriminação pelas forças policiais, como por exemplo “Lembrar que, por uma questão de cor, não quer dizer que a pessoa seja bandido ou esteja protegendo um” e “Lembrar também que o modo de se vestir ou o corte de cabelo não quer dizer que você é bandido”.
Outras frases denunciam a violência policial, como “Não deve roubar os produtos das lojas” e “Não deve entrar na casa dos moradores sem mandado”.