Agentes de órgãos do governo estadual, entre eles policiais civis e militares, da Saúde e da Assistência Social, abordam  moradores de rua. Arquivo O Dia  - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Agentes de órgãos do governo estadual, entre eles policiais civis e militares, da Saúde e da Assistência Social, abordam moradores de rua. Arquivo O Dia Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - Nesta quarta-feira, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), o deputado Danniel Librelon (PRB) defendeu que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) elabore, a curto prazo, um levantamento sobre o número de moradores em situação de rua no estado.
O parlamentar, que preside a Comissão Especial da Casa criada para discutir e analisar o problema crescente desta população e traçar uma radiografia atualizada, explicou que os dados serão fundamentais para uma ação mais eficaz junto a essas pessoas.
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"A intenção da comissão é trabalhar para unificarmos o atendimento entre os municípios e o estado. E apesar dos dados imprecisos sabemos que é necessário ter mais abrigos e reformar os que já existem. Se nada for feito até 2026 o número de pessoas em situação de rua irá triplicar", enfatizou o deputado.

A subsecretária municipal de assistência social e direitos humanos, Danielle Murtha, também destacou a necessidade de um levantamento. “Já propusemos ao nosso secretário que haja um censo que deveria se feito a cada dois anos. Por conta da crise financeira, do desemprego, e por causa do uso de drogas e álcool, aumentou o número de moradores de rua. Por mês atendemos 15 mil pela secretaria”, destacou Daniele, acrescentando que a maioria dos moradores em situação de rua são homens entre 30 e 59 anos.
"As mulheres precisam de mais atenção porque, além de fragilizadas psicologicamente, sofrem vários tipos de violência nas ruas, inclusive sexual. E hoje se todos procurarem por abrigos nós não teremos vaga, essa é a verdade", afirmou Daniela.

Superintendente em Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, o psiquiatra Hugo Fagundes contou que em média são feitos 20 mil atendimentos por ano nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial). "Boa parte dos atendimentos são para pessoas com transtornos mentais e usuários de drogas e álcool. São muitos homens adultos, de baixa escolaridade", disse o médico.

Para Thiago Lopes, coordenador do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Queimados, na Baixada Fluminense, os usuários de drogas merecem uma atenção cada vez mais especializada.
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"Essas pessoas procuram atendimento, mas os casos são muito complexos. Muitas vezes a dependência química começa nas ruas. É um ciclo que chega com a crise financeira e o desemprego. O homem acaba indo morar na rua e para se livrar da fome começa a beber e a se viciar em drogas ilícitas", explicou Lopes.

Também participaram da audiência o deputado Márcio Gualberto (PSL) e Julia Horta, do Conselho Regional de Psicologia.