Rosane Marques (acima) e os pais, Izaura e Vicente: sem notícias - Reprodução Redes Sociais
Rosane Marques (acima) e os pais, Izaura e Vicente: sem notíciasReprodução Redes Sociais
Por Maria Luisa de Melo

Rio - Onze agressores que descumpriram medida protetiva, ou foram flagrados agredindo mulheres, acabaram presos por agentes do programa Patrulha Maria da Penha, que completou dois meses, ontem. Segundo balanço do projeto da Polícia Militar, 629 mulheres vítimas de violência estão sendo visitadas regularmente até duas vezes por dia. O objetivo é impedir que os autores reincidam no crime, evitando que os episódios terminem em feminicídios.

Em um dos episódios, policiais do 14º BPM (Bangu) surpreenderam um agressor que, mesmo impedido de se aproximar da ex-mulher, invadiu a casa logo que foi liberado da prisão. Por acaso, a mulher recebeu a visita dos policiais na viatura lilás do programa naquele dia. Foi a sorte dela.

"Se os policiais não estivessem ali naquele dia, não sabemos o que poderia ter acontecido. Esse agressor foi parar na prisão novamente", explicou a major Claudia Moraes, subchefe do escritório de programas de prevenção da PM. "Muitos desses homens não só violam a ordem de se manter à distância das vítimas, como ameaçam, batem e cometem violência sexual", completa, em referência aos agressores alvo de 26 mil medidas protetivas deferidas pelo Tribunal de Justiça do Rio, no ano passado.

Prisão de agressor até na praia

Das 11 prisões realizadas em dois meses da Patrulha Maria da Penha, cinco foram nos últimos quatro dias. Uma delas, em flagrante, aconteceu na praia do Leblon. Policiais do 23º BPM (Leblon) foram acionados após denúncia ao 190. "A Polícia Militar precisa ser acionada pelo 190 o quanto antes. Quanto mais rápido isso acontecer, maiores as chances de a mulher ser salva", explicou a major Claudia Moraes.
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Ao todo, o programa conta com 190 PMs treinados e os 39 batalhões da Polícia Militar devem ganhar salas lilases, voltadas especialmente para o atendimento a mulheres.

"Os PMs que participam da Patrulha Maria da Penha são preparados e têm sensibilidade até para entender por que muitas mulheres preferem não abordar certos assuntos", completou a oficial.
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Mulher foi agredida por 17 horas
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Entre os mais variados casos de agressão, que culminaram em pedidos de medidas protetivas, está o de um policial militar, lotado no 16º BPM (Olaria). Ele é acusado por sua mulher de tê-la torturado durante 17 horas, dentro da casa onde o casal vivia, em Duque de Caxias.
 
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Conforme O DIA noticiou com exclusividade, no último dia 29, as agressões físicas e psicológicas contra a mulher de 23 anos eram praticadas em uma residência com pouca iluminação, sempre fechada e que continha pichações com o nome do casal.
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O sargento de 43 anos não só agredia sua mulher de 23 anos, como também a mantinha dopada no cárcere. Diante das denúncias da vítima, ele foi preso seis dias após a última sessão de tortura.
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Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), quatro mulheres são agredidas e ameaçadas por homens a cada dia, no Estado do Rio.
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