Perícia retomou, na manhã de domingo, para saber motivo do incêndio - Estefan Radovicz / Agência O Di
Perícia retomou, na manhã de domingo, para saber motivo do incêndioEstefan Radovicz / Agência O Di
Por Marina Cardoso
Rio - A perícia retomou o trabalho na boate Quatro por Quatro, no Centro do Rio, na manhã deste domingo, para identificar o que pode ter levado a morte dos quatro bombeiros que atuaram no local na sexta-feira. Os peritos chegaram antes das 9h e o trabalho se iniciou por volta das 9h15. No sábado, segundo agentes, as fumaças que ainda estavam na boate impediram a ação dos agentes. 
Cerca de seis peritos, que também contaram com ajuda de profissionais do Corpo de Bombeiros, acessaram a whiskeria para realizar o trabalho. Agentes entraram com uma maleta, escada, iluminação e até um drone foi utilizado.
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Ao longo da perícia, agentes reclamavam do cheiro forte que ainda permanecia dentro do local.
Entre os bombeiros que estavam na ação, alguns eram colegas de trabalho dos agentes da corporação que morreram no incêndio.
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Um dos bombeiros, que não quis se identificar, disse que era amigo há cerca de 11 anos de José Pereira e Klerton Gonçalves, mortos durante o acidente. “Fizemos a formação e estávamos na profissão juntos durante todo esse tempo. Eles eram referência em resgate. Atuavam nisso desde o início. Não dá para acreditar que isso aconteceu”, disse.
Nesta manhã, três do seis funcionários que estavam na hora do incêndio participaram de uma reconstituição. A gerente da Quatro por Quatro, identificada apenas como Edna, disse que no princípio do fogo, os funcionários acharam que tinham controlado o incêndio.
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"A gerente abriu e verificou a presença de fumaça. Imediatamente ela foi pedir ajuda de um funcionário, que subiu com um extintor e efetivou o combate, achando que tinham encerrado. Logo depois fecharam a porta. Em seguida, uma viatura da corporação dos Bombeiros chegou", contou Duarte.
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Segundo o perito Victor Satiro, do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), a perícia inicial confirma que o incêndio iniciou num pequeno ambiente de no máximo quatro metros, onde ficava o depósito, segundo funcionários do local. "Voltamos hoje para ter acesso a toda edificação. Trabalhamos no quarto andar, que é a área de interesse da perícia. Hoje foi possível determinar que o foco do incêndio foi no depósito. Porém, a perícia ainda não foi finalizada devido a uma instabilidade no local, que complica um pouco o acesso", disse.
O delegado afirmou que para saber a causa do incêndio ainda será necessário realizar um escoramento do edifício, para garantir sua estabilidade, que será feito pelo proprietário da boate, e assim finalizar o trabalho da perícia. 
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"O local está interditado e vai permanecer desta forma. O proprietário vai contratar uma empresa especializada para fazer retirada do material e fazer escoramento, que será acompanhado pela polícia", afirmou Duarte. 
Os depoimentos recolhidos até o momento foram das seis pessoas que estavam na boate. Devido ao estado emocional dos bombeiros que trabalhavam, o delegado José Luiz Duarte, da 1ª DP (Praça Mauá), responsável pela investigação, afirmou que ainda não conseguiu recolher, mas espera para os próximos dias os relatos. Em relação ao motivo da morte dos bombeiros, os três corpos que já tinham sido submetidos aos exames periciais diagnosticaram que a causa da morte foi por inalação de fumaça. Até o momento a linha de investigação da polícia é de que o incêndio tenha sido acidental. 
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