Caipirinha virou patrimônio imaterial do estado - Gilvan de Souza
Caipirinha virou patrimônio imaterial do estadoGilvan de Souza
Por GUSTAVO RIBEIRO

Rio - Limão, cachaça, gelo, açúcar e uma dose generosa de alegria carioca, por favor. A caipirinha nasceu no interior de São Paulo, mas o Rio parece ter encontrado o ponto exato entre o azedo e o doce para fazer a bebida cair no gosto do mundo inteiro. O famoso coquetel ganhou o título de patrimônio imaterial do Rio ontem, com pompa de lei estadual sancionada pelo governador Wilson Witzel.

"A caipirinha de limão é a pedida do Rio de Janeiro. O segredo primordial do sabor é a alegria carioca. O brasileiro tem um jeito diferenciado de fazer os drinques, aí fica mais gostoso", ressalta Felipe de Castro, de 30 anos. Ele é conhecido como o Bob Esponja da Praia de Copacabana, onde trabalha vendendo bebidas.

O reconhecimento foi publicado no Diário Oficial do Estado e partiu do projeto de lei 4334 de 2018, ano em que a caipirinha completou um século. A proposta foi do então deputado estadual Paulo Ramos (PDT). Na sanção, o governador se refere ao drinque como "bebida-símbolo do Brasil".

Em Copa, os gringos aprovaram a honraria. "Tem bares que fazem caipirinha e caipirosca em Buenos Aires. Compram o limão e a cachaça, mas não é como aqui. Não sei se não sabem fazer ou se é o contexto de tomá-la aqui em Copacabana. É outra coisa", diz o arquiteto argentino Lucas Rodriguez, 42, com a mulher, Yesica Villione. O estudante alemão Simon, 24, diz que aprecia a caipirinha em seu país pensando no calor de Copacabana. "A carioca é melhor. É a minha primeira em Copacabana e está maravilhosa. É tão refrescante, você sente o azedo do limão. E ainda tem um pouco de álcool", destacou.

Segredos vão do limão à cachaça
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Dono do bar Vaca Atolada, na Lapa, Claudio Cruz, de 62 anos, revela o segredo para uma caipirinha espetacular: "Tem que ter um bom limão com casca fina. O de casca grossa não vem muito líquido, tem que amassar muito. Quando amassa demais, amassa a casca também, e ela tem amargor. Não pode ser um limão amarelado, porque passa o gosto amargo. A cachaça precisa ser de qualidade".
O Instituto Brasileiro da Cachaça aponta que a invenção da bebida foi em Piracicaba (SP), em 1918. Sua difusão pelo país teria ocorrido a partir da Semana de Arte Moderna, de 1922. Quem não curtiu muito a notícia foram os paulistas, que criaram a discórdia nas redes sociais pela titularidade.
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