Rio - Limão, cachaça, gelo, açúcar e uma dose generosa de alegria carioca, por favor. A caipirinha nasceu no interior de São Paulo, mas o Rio parece ter encontrado o ponto exato entre o azedo e o doce para fazer a bebida cair no gosto do mundo inteiro. O famoso coquetel ganhou o título de patrimônio imaterial do Rio ontem, com pompa de lei estadual sancionada pelo governador Wilson Witzel.
"A caipirinha de limão é a pedida do Rio de Janeiro. O segredo primordial do sabor é a alegria carioca. O brasileiro tem um jeito diferenciado de fazer os drinques, aí fica mais gostoso", ressalta Felipe de Castro, de 30 anos. Ele é conhecido como o Bob Esponja da Praia de Copacabana, onde trabalha vendendo bebidas.
O reconhecimento foi publicado no Diário Oficial do Estado e partiu do projeto de lei 4334 de 2018, ano em que a caipirinha completou um século. A proposta foi do então deputado estadual Paulo Ramos (PDT). Na sanção, o governador se refere ao drinque como "bebida-símbolo do Brasil".
Em Copa, os gringos aprovaram a honraria. "Tem bares que fazem caipirinha e caipirosca em Buenos Aires. Compram o limão e a cachaça, mas não é como aqui. Não sei se não sabem fazer ou se é o contexto de tomá-la aqui em Copacabana. É outra coisa", diz o arquiteto argentino Lucas Rodriguez, 42, com a mulher, Yesica Villione. O estudante alemão Simon, 24, diz que aprecia a caipirinha em seu país pensando no calor de Copacabana. "A carioca é melhor. É a minha primeira em Copacabana e está maravilhosa. É tão refrescante, você sente o azedo do limão. E ainda tem um pouco de álcool", destacou.