Felipe Mandarino apresenta o sistema 
no Centro de Operações
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Felipe Mandarino apresenta o sistema no Centro de Operações Divulgação
Por GUSTAVO RIBEIRO

O próximo verão terá reforço internacional na prevenção dos perigos decorrentes de deslizamentos de terra provocados pelas chuvas. Uma parceria com a Agência Espacial Americana (Nasa) permitirá à Prefeitura do Rio avisar a população, com mais antecedência, sobre riscos em potencial em toda a cidade — e não apenas nas comunidades com sirenes. O convênio com a Nasa também vai possibilitar prever com mais precisão possíveis pontos de inundações na cidade (esta parte do monitoramento deve entrar em operação no segundo semestre de 2020).

Uma equipe da Nasa esteve no Rio, na semana passada, para discutir aprimoramentos no modelo de prevenção a deslizamentos desenvolvido — em teste desde setembro de 2018. Na visita também foi acertado o desenvolvimento de tecnologia para evitar prejuízos provocados por enchentes.

"O modelo para deslizamentos cruza informações de chuva quase em tempo real com as características do terreno da cidade. A cada 15 minutos temos a previsibilidade e se aquela área está em perigo de deslizamento", explica Felipe Mandarino, coordenador de Informações da Cidade do Instituto Pereira Passos (IPP).

Segundo ele, um mapa de calor no Centro de Operações aponta ainda as áreas classificadas como riscos moderado, médio ou alto. Ele esclarece que o modelo da Nasa usa satélites, mas o município cruzará dados produzidos por seus próprios órgãos para melhorar a análise.

 

Sistema consegue monitorar toda a cidade
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O modelo de monitoramento de deslizamentos, chamado LHASA-Rio, alcançou índice de acerto de 87,7% desde o início da fase de testes, em setembro de 2018. A prefeitura espera que, com a quantidade de dados já armazenados, a taxa de acerto no próximo verão seja superior. Essa experiência foi a primeira em que a Nasa trabalhou diretamente com representantes de uma cidade.
"O sistema para deslizamentos é muito similar ao de sirenes da Defesa Civil, que existe para comunidades com risco mapeado. Uma diferença é que o modelo da Nasa funciona para a cidade inteira", reforçou Felipe Mandarino, do IPP. Ainda segundo ele, a transferência de conhecimento e tecnologia entre o Rio e a Nasa poderá servir de inspiração para outras cidades do mundo.
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Equipamento pode avisar sobre os locais e o volume das chuvas
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Os sistemas de monitoramento de deslizamentos e inundações possibilitarão à prefeitura tomar decisões e informar a população com antecedência. "Vamos saber exatamente onde vai chover e qual o volume previsto. Com isso, nossa estrutura de conservação poderá ser alocada nesses locais antecipadamente", apontou o prefeito Marcelo Crivella, após reunião com os cientistas na semana passada.
Felipe Mandarino, do IPP, explicou que não há previsão de espalhar sirenes pela cidade inteira, porque o sistema da Defesa Civil tem tecnologia distinta, com pluviômetros conectados a cada sirene. "O que a prefeitura pode fazer é avisar à população com antecedência desses riscos, através de seus canais de comunicação, para que as pessoas tomem as medidas de prevenção indicadas pelo Centro de Operações e pela Defesa Civil", apontou. Segundo ele, o sistema para inundações, com uso do modelo da Nasa, indicará os pontos com risco de enchente com maior precisão. "Muitas vezes, o Alerta Rio dava esse aviso, mas com o novo modelo conseguiremos ter um detalhamento maior no território".
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