Rio - Os roubos de cargas dos Correios diminuíram em 40% no Rio de Janeiro em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, as restrições de entrega domiciliar crescem no Estado e afetam o desenvolvimento do e-commerce. Os dados foram divulgados durante a audiência pública da Comissão Especial do Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que debateu também a importância de ações conjuntas da Polícia Militar e Civil em consonância com a Polícia Federal.
De acordo com o relatório, os casos de roubos de cargas no Rio diferem dos outros estados das regiões Sul e Sudeste pela constância de ações como saques a mercadorias. Recentemente, a Polícia Civil anexou a redução dos roubos de cargas ao Sistema Integrado de Metas.
Segundo o delegado titular Henrique Damasceno, da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRC/RJ), a mudança na forma de trabalhar garantiu uma diminuição, em 2019, de 1.250 registros de roubos de cargas em relação ao mesmo período do ano passado.
"Nos fizemos um trabalho de mapeamento e análise de dados para que ficassem identificados os locais para onde as cargas roubadas estavam indo. E, com base nessas informações e no cruzamento de dados, fizemos grandes trabalhos de investigação que permitiram a prisão de criminoso de grande expressão na hierarquia do crime e ação de repressão em áreas que mais concentrava os casos de roubos de carga", destacou Damasceno.
O delegado comentou também sobre a identificação de produtos comercializados. "É importante que seja aperfeiçoada até a forma de produção das empresas no sentido de que seja mais fácil para a polícia identificar se aquele produto de fato tenha sido alvo da ação de criminosos. Quanto mais identificado sejam os produtos, e quanto mais rápido as empresas de entrega comunicarem à polícia, mais eficaz será a resolução do problema", salientou o titular da DRC/RJ.
Áreas com restrição de entrega
O Estado do Rio de Janeiro é o segundo maior destino de vendas pela internet do país. Contudo, 42% dos Códigos de Endereçamento Postal (CEP) do Rio ainda não recebem entregas pelos Correios por falhas na segurança pública. Para a presidente da Comissão, deputada Martha Rocha (PDT), a atual situação atinge, principalmente os direitos humanos.
"Além da ótica da segurança, temos que considerar também a negação dos direitos básicos do consumidor. Nosso próximo passo é manter um grupo de trabalho e pensar essa impossibilidade de entrega e também se existe alguma medida legislativa que permita a comunicação imediata do roubo da carga juntamente com sua identificação precisa", defendeu a deputada.Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCOMM), Rodrigo Bandeira Santos, as Áreas com Restrição de Entrega (AREs) são um impedimento para a economia do estado.
"O aumento das AREs prejudica o comércio eletrônico no sentido de que uma pessoa que adquire um produto e paga esse frete acredita que irá receber em sua residência. Então é preciso uma força de segurança no ambiente on-line e integrar tecnologias para que se atenda ao consumidor da melhor maneira", destacou Santos.
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