Publicado 23/10/2019 10:17 | Atualizado 23/10/2019 10:27
Rio - O advogado Ângelo Máximo, que representa a família do pastor Anderson do Carmo, assassinado dentro de casa em Niterói, em junho deste ano, usou as redes sociais para lamentar a morte de Michele do Carmo de Souza, vitimada por uma anemia, na última segunda-feira. Segundo o defensor, ela foi mais uma vítima da morosidade da investigação e da sensação de impunidade que permeia o caso do irmão, que era casado com a deputada federal Flordelis (PSC-RJ).
"Vida que foi ceifada por conta da sensação de impunidade, que impera sobre as investigações, que apuram os mandantes e outros autores/partícipes da morte do seu irmão o Pastor Anderson do Carmo de Souza", escreveu, acrescentando que, mesmo o crime sendo cometido "em família", a polícia ainda não conseguiu concluir o caso.
"Crime cometido em família, dentro da própria casa, onde os alvos das investigações, são os familiares da vítima, que estavam na residência, no momento do seu cometimento e, nem assim, a polícia consegue concluí-las", falou.
"Essa 'sensação de impunidade' é um câncer diagnosticado, em tese, em todas as investigações, onde seus alvos são pessoas de classe média alta, câncer este, que já virou metástase (...) Tendo a certeza, ao de Deus, que aqui, continuarei buscando por justiça, sendo, pelo fato que vitimou seu irmão, e agora, por você. Que direta ou indiretamente, fora vítima junto com seu irmão", prometeu.
Michele chegou a prestar depoimento à polícia no caso que investiga o assassinato de seu irmão e apontava a cunhada Flordelis como mandante. Em setembro, ela e sua mãe, Maria Edna, foram autorizadas pela Justiça e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) para serem assistentes de acusação no processo que investiga o crime.
Michele morreu na última segunda-feira no Hospital Municipal Carlos Tordelly e o enterro ocorreu ontem no Cemitério Parque de Nycteroy, no bairro Laranjal, em São Gonçalo.
De acordo com o inquérito da DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo), o filho biológico da deputada, Flavio, confessou ter atirado seis vezes no padrasto. O laudo da necrópsia contraria a versão contada por ele e aponta que o corpo da vítima apresentava trinta perfurações provocadas por arma de fogo.
Lucas, filho adotivo do casal, é apontado como responsável pela negociação da arma usada por Flávio no dia do crime. A pistola Bersa, calibre 9 milímetros, foi encontrada dias depois do crime no quarto usado por Flávio.
Lucas, filho adotivo do casal, é apontado como responsável pela negociação da arma usada por Flávio no dia do crime. A pistola Bersa, calibre 9 milímetros, foi encontrada dias depois do crime no quarto usado por Flávio.
Flordelis também lamenta morte e recebe críticas
A deputada federal Flordelis também usou sua página em rede social para lamentar a morte de Michele, que a acusava de ser a mandante do crime contra o próprio marido. A postagem recebeu apoio, mas também muitas críticas.
"Recebi com tristeza a notícia da morte da minha cunhada Michele. Só quem conhece a mensagem do Evangelho pode compreender a sinceridade da dor no meu coração. (...) Neste momento, eu oro pela minha sogra, porque só uma uma mãe sabe a dimensão da dor da perda de um filho, de uma filha. Desejo que Deus a conforte neste momento", diz parte do texto.
"Pastora, mesmo depois de tantas acusações sobre a senhora vinda da sua sogra e da sua cunhada, a senhora ainda tem essa atitude. Parabéns pela atitude, que Deus continue abençoando a vida da senhora", disse uma seguidora. "Se ela morreu foi de tristeza de ver essa corja de víboras sem punição", escreveu outra.
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