O concurso será promovido pela Ascornac, a Associação dos Cornos do Acre, fundada em 2007 por um grupo de seis amigos que se solidarizaram com um vendedor de CDs piratas conhecido como “Louro”, que tentou se jogar da ponte ao receber o primeiro par de chifres. Tal qual dor de dente, incomodou, mas o cornélio logo se habituou ao novo apêndice ósseo. Quem botou a ideia na cabeça dos outros foi o chefe de cozinha Tiago Farias, 37 anos, presidente da Ascornac. “Passei cinco anos em Rondônia, voltei em 2018 e registrei a Ascornac em cartório. Hoje temos 3 mil associados”, diz.
A festa da boiada acreana será no Bartô Pub, um ponto conhecido na cidade com entrada franca. Tiago espera reunir 700 cornos e cadastrar cerca de 300 novos filiados (o teto deve ficar bem arranhado). Além do troféu Corno do Ano para o traído que contar a história mais comovente, ganharão medalhas de honra ao mérito ao corno que superou o chifre e ao que mais serviços prestou a comunidade.
“O corno é um bicho sofrido, um ser discriminado. Precisamos criar um Centro de Recuperação ao Corno”, defende Tiago, que também pretende criar a Marcha do Corno, com direito a feriado municipal. “Já temos Parada Gay e Dia da Oração. Por que não a Marcha do Corno”, argumenta. Enquanto a marcha não entra no calendário oficial da cidade, a turma da galhada pode ganhar descontos em bares e casas de tolerância para amainar as dores no coração e na testa.