Francisco Laércio de Lima, de 26 anos, foi morto com tiro na cabeça quando chegava em casa do trabalho, na comunidade Barreira do Vasco, em São Cristóvão. A PM é acusada do crime - Reprodução de vídeo
Francisco Laércio de Lima, de 26 anos, foi morto com tiro na cabeça quando chegava em casa do trabalho, na comunidade Barreira do Vasco, em São Cristóvão. A PM é acusada do crimeReprodução de vídeo
Por Adriano Araujo e Anderson Justino
Rio - Os policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte do garçom Francisco Laercio de Paulo Lima, na Barreira do Vasco, foram soltos no fim da tarde deste domingo, menos de 24 horas depois de serem presos. Eles estavam presos por 'desobediência e descumprimento da ordem' e não pela morte do morador, crime que é alvo de investigação da Delegacia de Homicídios e da própria PM, que abriu um Inquérito Policial Militar (IPM).
Moradores e familiares acusam os militares pelo assassinato, com um tiro na nuca, e questionam a motivação dada para a prisão. Os policiais, que não tiveram suas identidades reveladas, foram postos em liberdade pelos crimes militares após uma audiência de custódia. 
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A pena por desobediência de ordem é de um a dois anos de detenção, caso o fato for de natureza mais grave. Já o descumprimento de missão tem pena de apenas seis meses a dois anos de prisão, também se o fato não constituir crime mais grave.
'Volta para a família em um caixão', diz parente de garçom
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Um grupo de cerca de 100 moradores da Barreira do Vasco, na Zona Norte do Rio, realizou na manhã desta segunda-feira uma manifestação pacífica pela morte do garçom. Familiares questionam a prisão dos policiais por "desobediência de ordem e descumprimento da missão", já que eles acusam os militares pela morte.
"A comunidade só quer pedir justiça por conta dessa atrocidade que esses policiais cometeram. Eles não podem ficar presos por desobediência, a prisão tem que ser pela morte do Laercio", disse o primo da vítima, Gilson Marques.
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O corpo do garçom será velado ainda nesta segunda em uma igreja católica da comunidade. Após o velório o caixão será levado para o Aeroporto Santos Dumont e segue para o Nordeste. Francisco Laercio será enterrado amanhã em sua cidade natal, Ipaporanga, no Ceará, onde também está prevista manifestação.
"A gente que é nordestino e sai da nossa cidade para tentar algo melhor para nossa família sofre muitos preconceitos. Nosso sonho é voltar e poder abraçar as nossas famílias e hoje o Francisco volta pra família dele dentro de um caixão", lamentou Gilson.