Rio de Janeiro - RJ  - 27/11/2019 - Policia - Combate a violencia a mulher - na foto, interior da DEAM , na Rua Visconde do Rio Branco, proximo a Praça Tiradentes, no centro do Rio -  Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia - Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Rio de Janeiro - RJ - 27/11/2019 - Policia - Combate a violencia a mulher - na foto, interior da DEAM , na Rua Visconde do Rio Branco, proximo a Praça Tiradentes, no centro do Rio - Foto Reginaldo Pimenta / Agencia O DiaReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por Thuany Dossares
Rio - As 14 delegacias especializadas de Atendimento à Mulher (Deam) do Rio realizaram, nesta quarta-feira, a Operação Empenhadas para cumprir 36 mandados de prisão contra agressores de mulheres. A operação visava cumprir 50 mandados, sendo 36 de prisão e 14 de busca e a apreensão de armas.
Na ação, os agentes prenderam 22 pessoas, sendo 20 em cumprimento a mandados de prisão, duas em flagrante, além de cinco mandados de busca e apreensão cumpridos. Cinco armas foram apreendidas durante ação.

A força-tarefa aconteceu até às 16h30, mas para a delegada Ana Lucia Barros, titular da Deam Centro, o saldo da operação já pode ser considerado positivo.

"Em via de regra, os mandados têm que ser cumpridos imediatamente para não deixar essa vítima mulher mais vulnerável. Os mandados são todos por crimes contra o gênero feminino, violência doméstica e crimes sexuais", disse.
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A ação também tem o objetivo de cumprir 14 mandados de busca e apreensão, que resultou na apreensão de cinco armas de fogo.
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De acordo com o Dossiê Mulher de 2019, feito pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, em 2018, as delegacias do estado registraram 288 tentativas de feminicídio e 71 mulheres foram vítimas fatais desse crime.
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Em mais de 50% dos casos, os autores foram os companheiros ou ex-companheiros das vítimas e 62% aconteceram na casa delas. O estudo apontou também que a cada 24 horas, quatro mulheres são ameaçadas ou vítimas de lesão corporal dolosa e pelo menos uma sofre importunação ofensiva ao pudor.

Os números são altos, mas, segundo Ana Lucia, a incidência aumentou porque as mulheres passaram a perder o medo e procurar ajuda da polícia o quanto antes.

"A gente consegue perceber nas deams, de uma maneira geral, que os registros têm sido muito de violência psicológica e violência moral. Ainda tem, óbvio, a violência física, tentativas de feminicídio. Mas essas mulheres estão vendo o quanto antes o que é a violência e procuram ajuda mais cedo, o que é importantíssimo, porque o ciclo da violência é uma espiral ascendente; ou seja, só vai progredindo, só vai piorando e pode resultar até numa morte. Então, quanto mais cedo, mas vidas a gente preserva", explicou.

A delegada esclareceu que a mulher vítima de violência pode procurar ajuda em qualquer delegacia.
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"A Polícia Civil está pronta para atender essa mulher também nas delegacias do bairro onde ela mora. Ela pode optar em ir numa Deam ou em ir na distrital do seu bairro. O importante é mostrar que ela não está sozinha", finalizou.