Publicado 22/11/2019 11:23 | Atualizado 22/11/2019 14:25
Rio - O corpo de vendedora Adriana Valério, de 33 anos, morta pelo namorado na manhã desta quinta-feira, ainda permanece no local do crime, a casa dela, no Jardim do Ipê, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Adriana foi assassinada por Lucas Lopes durante uma discussão entre os dois, por volta das 9h de ontem. Amigos e familiares próximos afirmam que o local é uma área de risco.
De acordo com uma amiga, que preferiu não se identificar, por volta das 11h desta sexta, o corpo da vendedora continuava na cama dela, onde foi morta. Ele está de bruços, com marcas de enforcamento.
A amiga diz que a vendedora foi assassinada na frente dos três filhos (uma menina de 7 anos, outra de 4 e um bebê de 11 meses). A menina de quatro anos, aliás, é filha da Adriana com Lucas.
"Uma das crianças disse que os dois estavam brigando, quando Lucas colocou a mão no pescoço dela, fazendo ela babar", a amiga relata. "Ao sair de casa, ele pediu: 'não acorda a mãe de vocês não, porque ela está dormindo".
Quando amigos chegaram à casa da vendedora, com ela já morta, uma das crianças disse "a mamãe está dormindo desde a manhã e ainda não acordou"'. Os filhos ainda limparam a espuma que estava na boca dela.
Adriana e Lucas se conheceram há cerca de cinco anos e depois de um tempo de separados, voltaram a morar juntos há aproximadamente três meses. Ele fugiu depois do crime.
ANIVERSÁRIO DE 33 ANOS
Adriana completou 33 anos de idade ontem. Segundo a amiga, ela estava muito animada na noite anterior por causa de uma comemoração do aniversário que havia marcado com amigos no salão de festas do condomínio onde mora. Ela, inclusive, estava ajudando nos preparativos.
"Logo cedo, por volta das 10h, mandei mensagem para ela, mas não chegou. Tentei ligar e nada. Acabei indo para a igreja, deixando para falar com ela depois", a amiga relembra, dizendo que encontrou com Lucas no meio da rua, no início da tarde. "Ela já estava morta, mas não imaginei o que tinha acontecido, muito menos que ele tinha assassinado a Adriana".
A amiga só ficou sabendo da morte da vendedora horas depois, quando recebeu uma ligação. O tom do que ouviu do outro lado da linha foi desesperador.
"Só me falaram 'a Adriana foi morta dentro de casa. O marido a assassinou. Vem aqui", ouviu, correndo para a casa dela.
'TRABALHADEIRA'
A vendedora é apontada por vários amigos como uma pessoa de "personalidade forte" e muito trabalhadeira. Ela vendia quentinhas, de dia, e doce em eventos noturnos.
"Era gente boa, trabalhadeira, uma mulher tranquila, extrovertida. Estava toda feliz, falando do aniversário", elogiou um amigo, que também preferiu não se identificar.
Procurada pelo DIA sobre a demora para realização da perícia, a assessoria da Polícia Civil se limitou a dizer que ainda não tem "retorno da DHBF sobre esse caso". A corporação avisou que vai "responder assim que possível".
Já a Defesa Civil estadual disse que o Serviço de Recolhimento de Cadáveres foi acionado pela delegacia para a remoção do corpo de Adriana por volta das 11h30.
"O acionamento do Serviço de Recolhimento de Cadáveres da Defesa Civil do Estado somente é realizado pela delegacia da área, uma vez que é necessária a emissão da Guia de Recolhimento de Cadáver (GRC) por parte da autoridade policial. Este documento é imprescindível para entrada no IML", a entidade esclarece.
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