Publicado 23/11/2019 15:29 | Atualizado 23/11/2019 17:38
Rio - O Bar do Momo, na Tijuca, promoveu um encontro inusitado. Poucas horas antes da grande final, o flamenguista Jorge Fernando, conhecido como Agrião, e o vascaíno Flávio Amaral sentaram lado a lado, deixando a rivalidade fora da mesa.
Flávio, vestido com blusa do Vasco com as mesmas cores do River Plate, branco e vermelho, deixa claro para que lado está torcendo. Por outro lado, Agrião, compositor da Unidos de Vila Isabel, não esconde a paixão pelo rubro-negro, sem ostentar um número específico.
"O Momo é meu quintal de casa de segunda a segunda, e não poderia deixar de assistir o jogo aqui com a minha família", comentou Agrião, que pretende acompanhar a final com a esposa e dois filhos, uma de 12 anos e outro, de 18. Na mesa, todos sentem a ansiedade antes da partida.
"Desde o começo da Libertadores, acompanhamos cada jogo e, quando as partidas eram aqui do lado, no Maracanã, a gente não deixava de ir. Agora com a final distante, vamos assistir pela televisão mesmo", contou Agrião.
O Flamengo está no sangue do compositor, que carrega o símbolo do time no peito desde criança. Na sua família, entretanto, o filho mais velho, de 33 anos, "cortou a corda" e escolheu ser vascaíno. Apesar disso, o clima em casa é tranquilo já que "não tem rixa, mas eu gosto de botar pilha quando tem jogo do Flamengo contra o Vasco".
Movimento na Saara
Na Saara, um dos grandes pontos comerciais do Rio, a movimentação também foi intensa. Carla Nunes, 21 anos, e o namorado, Caio Verdam, 22 anos, deixaram para comprar a camisa pro jogo na última hora no Saara, comércio no Centro do Rio, mas a escolha já era certa. Para torcer na final, ela optou pela camisa 7, de Everton Ribeiro, enquanto ele optou pela camisa 14, de Arrascaeta.
"Nós acompanhamos o Flamengo há muitos anos, já temos várias camisas. Mas para a final da Libertadores, decidimos comprar uma nova", contou Caio. Durante os 3 anos de namoro, ele afirma que o jogo mais marcante que assistiram juntos foi Flamengo contra Atlético Mineiro, que terminou em empate 1 a 1.
Se o rubro-negro for vitorioso, a comemoração já está marcada: acompanhar o trio elétrico na Candelária no domingo.
Victor Santana, um dos funcionários da loja, trabalha há 15 anos no ponto e ficou bastante satisfeito com as vendas. "Nas últimas semanas, tivemos um grande movimento e o público é bastante diversificado, principalmente ontem e hoje, na véspera da final", explicou. Durante o expediente, ele já carrega o número 5 de Willian Arão nas costas, preparativo para o jogo mais tarde.
Festa no Parque Madureira
Alegria e ansiedade dominam o clima no Parque Madureira, na Zona Norte da cidade. Nos quiosques, bandeiras, blusas e adereços rubro-negros ditam as cores do dia de torcida, e rodas de samba e pagode embalam os flamenguistas. Famílias e amigos se reuniram para compartilhar alegrias e tristezas durante a partida.
Sérgio Gomes, camelô, carrega sua paixão pelo time desde a infância, e não deixa de comercializar as camisas de seu time de coração. No Parque Madureira, ele decidiu levar uma caravana de 25 amigos e familiares para dividir o momento. "Trouxe comigo minha filha de 9 anos, que já nasceu flamenguista. Até porque, lá em casa, ou é Flamengo ou é Flamengo", brincou o comerciante.
Depois de chegar no parque com a caravana, Sérgio ficou decepcionado com a falta de estrutura. Morador das imediações do espaço, em Madureira, o camelô esperava encontrar um telão para televisionar o jogo, mas as emoções para o jogo estavam afloradas. Se o resultado for positivo para o Flamengo, já bateu o martelo: "se meu time ganhar, eu pretendo beber bastante".
Concentração na Gamboa
A festa também já começou na Gamboa. Cantando as canções que fazem sucesso nos jogos, torcedores se concentram para esperar a partida.
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