Com uma cicatriz de ponta a ponta no pescoço, o mototaxista já voltou a trabalhar: "Foi sorte", diz eleCleber Mendes
Por Luana Dandara
Publicado 28/11/2019 03:30

Rio - Desde a última segunda-feira, o mototaxista Jonatas Melo, de 25 anos, carrega uma profunda cicatriz no pescoço, que provavelmente ficará por toda a vida. Ele passava, pela manhã, na Rua General José Cristino, no bairro de São Cristóvão, onde iria buscar uma passageira. Foi quando um fio, solto na via, prendeu em seu pescoço e o enforcou. Por sorte, como ele mesmo define, a fibra rapidamente arrebentou e o jovem se salvou.

"Senti do nada uma pressão me enforcando. Então o fio arrebentou e foi rasgando o meu pescoço. Na hora, achei que tinha perdido a vida, já era. Mas consegui parar a moto sem cair e tive ajuda das pessoas na rua", conta ele. Jonatas foi socorrido para o Hospital Estadual Anchieta, no Caju.

Outro fator que o ajudou foi a velocidade da moto. "Estava devagar, no máximo a 50km/h. Se eu tivesse mais rápido ia cortar meu pescoço com ainda mais força. Eu nem vi o fio, só senti", afirma ele.

Com uma cicatriz de ponta a ponta, Jonatas ainda guardou um pedaço do material. Assim, pôde identificar que o fio pertence a uma operadora telefônica. Ele pretende entrar com uma ação judicial indenizatória. "É preciso alguma providência para esses fios pendurados. Eu fiquei com uma cicatriz, mas outra pessoa pode morrer", cobra o mototaxista.

Próximo do acidente, muitos fios soltos

Mesmo três dias após o acidente, Jonatas Melo já voltou a trabalhar como mototaxista. "Não tenho como parar, é a minha profissão", diz ele. Contudo, agora ele dirige a moto com mais uma preocupação: dos fios soltos nas ruas. "Foi uma segunda chance de viver".
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Na ruas de São Cristóvão, onde a vítima mora e sofreu o acidente, os fios soltos são facilmente encontrados e também são um risco para os pedestres. Em um ponto de ônibus em frente ao Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, os fios de energia elétrica já quase atingem a altura dos pedestres.
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Outro grande perigo é a linha chinela e o cerol. Em abril, o porteiro José Wilton da Silva, de 26 anos, teve o pescoço e as mãos cortadas por uma linha chilena, quando transitava de moto pela Avenida Brasil.
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De autoria do deputado Marcio Gualberto (PSL), em julho foi sancionada uma nova lei estadual que veda a utilização de qualquer elemento ou substância cortante na prática de soltar pipa e estabeleceu multa de R$ 342 para quem for flagrado portando ou usando qualquer uma das substâncias.

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