Agentes também estiveram no próprio camelódromo - Reginaldo Pimenta
Agentes também estiveram no próprio camelódromoReginaldo Pimenta
Por O Dia
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público estadual (MPRJ) fazem, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, a Operação Camelus contra suspeitos de praticarem extorsões de comerciantes do camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio. São diversos mandados de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos em endereços de oito acusados em várias cidades, dentre elas municípios da Baixada Fluminense
Até o momento, foram apreendidos quatro pistolas e documentos relacionados à contabilidade e recibos de pagamentos, que estão sob análise. Ninguém foi preso.
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Os agentes também estiveram na Uruguaiana, onde fizeram buscas em um box que tem nome de loja de celular, mas tinha mais sapatos. Eles, no entanto, deixaram o local sem levar nada.
"Foram realizadas, ainda, oitivas de investigados na especializada, sendo coletadas importantes informações para as investigações, que seguem em andamento na unidade, e visam apurar o envolvimento da gestão atual e passada no mercado popular da Uruguaiana", conta o delegado Gabriel Ferrando, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), responsável pela ação.
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Tanto o ex-presidente do Centro Comercial Uruguaiana, José Lopes do Nascimento, como o atual, Antenor Pereira de Jesus Filho, são alvo das investigações. O MPRJ diz que agentes públicos também estão envolvidos no esquema.
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A entidade pediu à Justiça o afastamento dos integrantes da organização criminosa da associação dos comerciantes do camelódromo e de servidores envolvidos de qualquer fiscalização feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública e à Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização.
INVESTIGAÇÕES
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De acordo com o inquérito policial, de abril de 2015 a maio de 2018, além das extorsões, os envolvidos no crime também adquiriram boxes do mercado popular de forma irregular.
Os acusados gerenciam o aluguel e a venda irregular dos espaços e ainda cobravam taxas semanais dos comerciantes em troca de segurança, limpeza e para uma suposta divisão da conta de luz. Quem não pagasse, poderia ser expulso do local, com a perda do ponto de venda.
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"O grupo utilizava o esquema criminoso para, através da Associação de Comerciantes do local, usurpar funções públicas que deveriam ser desempenhadas pelo estado e pelo município do Rio de Janeiro, utilizando-se ainda de agentes públicos, responsáveis por inibir a efetiva fiscalização e garantir a omissão estatal, viabilizando assim a construção irregular em espaço público, alteração fraudulenta de titularidade de boxes no cadastro de permissionários junto à Prefeitura, bem como o fomento às demais práticas criminosas", diz um trecho da denúncia do Ministério Público.

Galeria de Fotos

Um box foi vistoriado Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Policiais vistoriam box no centro de comércio popular Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Um box foi vistoriado Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Agentes também estiveram no próprio camelódromo Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
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Os acusados da investigação vão responder pelos crimes de extorsão, venda e cessão irregular de espaço público permissionário, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, dentre outros.
"Além de inúmeras outras irregularidades que colocam em risco a vida de comerciantes e frequentadores do local", alega o MPRJ.
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PRESO EM 2018
O ex-presidente do Centro Comercial Uruguaiana José Lopes do Nascimento já havia sido alvo de outra operação da Draco. Na ocasião, maio do ano passado, ele, então presidente do grupo, chegou a ser preso pelos mesmos crimes da atual investigação.
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Na época, a Draco ainda verificou denúncias sobre a existência de uma milícia instalada no local.
O DIA tenta contato com os citados na reportagem.