Os produtores agroecológicos, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), são majoritariamente do estado do Rio, mas também há produtores do Espírito Santo, de Minas Gerais e São Paulo. Eles participam da 11ª Feira Estadual de Reforma Agrária Cícero Guedes, que já faz parte do calendário de eventos da cidade.
“Para nós, é importante discutir a agroecologia como forma de produção e organização. Ainda temos áreas em fase de transição para a agroecologia, que ainda são reféns de alguns insumos, mas estamos trabalhando para ter uma produção de alimento 100% limpa, com trabalho justo”, afirmou.
“A gente sofre muito, passa por muita dificuldade, dificilmente tem apoio e lutamos sem recursos. Eu, principalmente, sinto muito orgulho em conseguir plantar, colher os alimentos, produzir e beneficiar os alimentos, as ervas que eu colho para fazer sabonetes, cremes e hidratantes. Me sinto muito orgulhosa”, disse. Fora das feiras, ela vende seus produtos fazendo propaganda de boca a boca. "Vai passando de um para o outro e, graças a Deus, vendemos um pouco.”
“A gente se organiza para mostrar a produção, sem agrotóxico. Dá trabalho para produzir, mas a gente entrega o melhor para o freguês”, disse. Antes, ele morava em Teresópolis, onde produzia verduras. Agora, planta aipim, quiabo e maxixe, em esquema de cooperativa, no assentamento de Nova Iguaçu.
Segundo Felipe, a variedade de produtos atrai os compradores. “Tem que ter variedade. Se for uma produção só, conseguimos vender, mas para vir a uma feira, trazer apenas uma mercadoria não compensa". Ele disse que está animado com os resultados: “É bem satisfatório aqui, para nós é como se fosse um décimo terceiro. Dá para levantar um dinheiro legal".
Regina Cristina Silvério Miranda, 41 anos, é do Norte do Espírito Santo e produz café, palmito, hortaliças, plantas medicinais e ornamentais, e bananas. Ela está buscando a certificação orgânica para seus produtos. “Nós, do MST, queremos que nossos produtos agroecológicos cheguem à mesa de todos os consumidores. Estamos em coletivos. Tem de geleia, licores, pó de café, macarrão. Queremos mostrar para a sociedade que somos trabalhadores.”