Apesar do afastamento de profissionais, secretarias estadual e municipal garantem que atendimento não tem sido prejudicado - Estefan Radovicz
Apesar do afastamento de profissionais, secretarias estadual e municipal garantem que atendimento não tem sido prejudicadoEstefan Radovicz
Por O Dia

Rio - O governo federal vai assinar hoje a liberação de R$ 150 milhões para socorrer a Saúde do município do Rio de Janeiro. A informação foi dada ontem pelo senador Flavio Bolsonaro a O DIA. Segundo ele, esse montante faz parte do teto de verbas repassadas pela União para o setor na capital. Uma outra parcela, também de R$ 150 milhões, chegará aos cofres do município, mas ainda sem data definida, segundo o senador.

"Os R$ 150 milhões vão dar pelo menos um respiro. Acredito que o município vá usar isso para quitar as dívidas com os servidores, inicialmente", disse Flavio. O Termo de Acordo entre o Ministério da Saúde e a prefeitura será assinado às 11h40, no Palácio da Cidade, pelo ministro interino da Saúde, João Gabbardo.

Ontem o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-RJ) bateu o martelo quanto ao bloqueio de R$ 300 milhões das contas do município. Por ordem da Justiça, a quantia deverá ser usada para o pagamento dos salários de outubro, novembro, 13º salário e verbas rescisórias, mas restringe-se aos 10 mil funcionários da Saúde contratados através das Organizações Sociais de Saúde (OSS). Os 12 mil funcionários que atuam em outras áreas do setor, como pessoal da segurança, da limpeza e do administrativo, não estão contemplados na medida.

Mesmo com a decisão do TRT, os terceirizados decidiram manter a greve até segunda-feira. Eles estão à espera do pagamento na conta. Até ontem, a promessa do prefeito Marcelo Crivella, de pagar agentes comunitários e técnicos terceirizados, ainda não havia sido cumprida. Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos do Rio, Dario Pontes, a dívida total da prefeitura com as OSS chega a R$ 500 milhões.

Unidades estaduais: 45% a mais de pacientes

Diante da greve dos terceirizados da Saúde do município e o consequente fechamento das unidades de atenção primária da prefeitura, a Secretaria de Estado de Saúde informou que registrou aumento de 45% no número de atendimentos em UPAs e hospitais estaduais.
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Enquanto isso, as unidades de emergência da prefeitura vivem a mesma realidade. Nesta quarta-feira, no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, profissionais que mantinham o atendimento mínimo com 30% de pessoal se desdobravam para dar conta da demanda. "As equipes que aqui estão deveriam ganhar medalha de honra. Estamos tirando forças não sabemos de onde", comentou um enfermeiro, que não quis se identificar.

Gari morre por demora no atendimento

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Depois de cinco horas de luta pela vida, na Coordenação de Emergência Regional (CER), no Leblon, o gari Paulo Roberto de Sousa, de 53 anos, morreu na noite de anteontem. Os parentes acusam o hospital de negligência médica. Segundo o filho, Isaac de Sousa, foi necessário implorar para que atendessem Paulo.
"Meu pai deu entrada às 16h com quadro de infarto e morreu por volta das 21h. Ele poderia ter sido salvo, mas ficou jogado numa maca até que o quadro se agravou de forma irreversível", disse Isaac.
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Segundo a prefeitura, responsável pelo CER Leblon, Paulo passou por eletrocardiograma e foi medicado, mas o estado de saúde teve piora. O enterro será hoje, às 10h, no cemitério São João Batista.
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