No Hospital Salgado Filho, no Méier, havia 51 pacientes à espera de atendimento 
na sala de emergência, ontem  
 - Estefan Radovicz
No Hospital Salgado Filho, no Méier, havia 51 pacientes à espera de atendimento na sala de emergência, ontem Estefan Radovicz
Por Bruna Fantti e Marco Antonio Canosa

Rio - A Prefeitura do Rio deve normalizar o pagamento dos profissionais da Saúde na próxima semana. Enquanto isso, a crise continua nos hospitais. No Souza Aguiar, Pedro II e Albert Schweitzer a espera para atendimento na emergência passava de 24 horas nesta sexta-feira. "Neste momento, temos 51 pacientes aguardando na sala de emergência", afirmou um funcionário do Salgado Filho, às 20h. No Pedro II, 45 pacientes esperavam atendimento há mais de 24 horas, na noite de ontem. No Souza Aguiar, outros 18. No Rocha Maia, somente um médico atendia.

A previsão para o fim de semana é de que 30% da emergência dos hospitais estejam em funcionamento, segundo o advogado dos sindicatos dos profissionais de Saúde, José Carlos Moraes. Das 11 Organizações Sociais (OSs) que administram a contratação dos profissionais de saúde, somente duas receberam pagamento, ontem: Viva Rio e IPCECP. "As outras devem receber o repasse da prefeitura na próxima quarta-feira, pois houve um erro da Justiça na ordem dos pagamentos", afirmou Moraes.

As OSs pagas fornecem profissionais para unidades da Zona Oeste, como o Hospital Municipal Lourenço Jorge. Na escala prevista para hoje, 23 médicos devem trabalhar no local. Outros hospitais na Zona Oeste, no entanto, até a noite de ontem não tinham confirmado a escala de plantão, como o Albert Schweitzer e o CER Barra. Na Zona Sul, no CER Leblon, somente dois médicos (um clínico geral e um pediatra) confirmaram presença. No total, 64 médicos confirmaram que irão trabalhar na rede municipal hoje.

Crivella promete depósitos

O prefeito Marcelo Crivella assinou nesta sexta-feira acordo com o governo federal para o repasse da primeira parcela (R$ 75 milhões) dos R$ 152 milhões destinados ao Fundo Municipal de Saúde do Rio. A portaria será publicada hoje no Diário Oficial da União. O recurso estará disponível na próxima semana.
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O repasse do governo federal corresponde a uma dívida que a Prefeitura do Rio cobra na Justiça relativa à municipalização de hospitais federais desde 1995. Marcelo Crivella disse que o montante será usado na compra de insumos e no pagamento do pessoal da Saúde. "Os pagamentos dos agentes comunitários foram repassados. Se não cair na conta hoje vai cair no mais tardar na segunda-feira", avisou.
A Justiça aceitou, na noite desta sexta, recurso da Defensoria Pública do Rio e do Ministério Público Estadual e determinou que o município crie um gabinete de crise para contornar os problemas na Saúde. A medida deve ser implementada pela prefeitura de forma institucional (com participação das OSs, RioUrbe, RioSaúde e Comlurb) e intersetorial (secretarias municipais de Saúde e Fazenda).
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Prefeitura: hospitais com OSs têm 50% do efetivo
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), unidades administradas por Organizações Sociais (OSs), contam com efetivo de 50% de funcionários para atendimento e, por isso, a prioridade é para os casos emergenciais. Já as unidades administradas pela prefeitura, que contam com servidores, estão com atendimento normal, com a frequência total dos profissionais de saúde.
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No Hospital Muinicipal Salgado Filho, no Méier, a SMS detectou um aumento da demanda de pelo menos 20%, mas esse número é variável. O hospital conta com 308 leitos. No Pedro II, em Santa Cruz, administrado pela OS SPDM, apenas 50% dos funcionários estão trabalhando e o atendimento segue apenas para os casos mais graves.
No Miguel Couto, no Leblon, o atendimento era normal, mas o hospital é especializado em traumas, portanto não é aconselhável a procura para outros casos que fujam a esse padrão. Nas outras unidades - Souza Aguiar, no Centro; e Lourenço Jorge, na Barra, o atendimento segue normal, com frequência total dos servidores, disse a SMS.
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Confira a escala de médicos, neste sábado, por unidade municipal:
 
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Hospital Municipal Lourenço Jorge
 
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Cirurgia (2); Anestesiologia (1); Clínica Geral (3); Ortopedia (5); Pediatria (2); Bucomaxilo (2).
 
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CER Ilha
 
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Clínica Médica (3); 
Pediatria (1).
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CER Leblon
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Pediatria (1);
Clínica Médica (1)
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Evandro Freire
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Cirurgia (1); Anestesiologia (1); Ortopedia (2);
Clínica Médica (1)
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Hospital Salgado Filho
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Ortopedia (3); Anestesiologia (3); Clínica Médica (4); Pediatria (2); Cirurgiã (2); Cirurgia Vascular (2); Neurocirurgia (2); Bucomaxilo (2)
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*Clínicas da Família e UPas Municipais não funcionarão. Não confirmaram a escala de médicos: CER Barra, CER Centro, CER Santa Cruz; Hospital Albert Schweitzer; Hospital Miguel Couto e Pedro II.

 

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