A engenheira Patrícia Amieiro desapareceu em 2008, na BarraArquivo Pessoal
Por O Dia
Publicado 11/12/2019 11:34 | Atualizado 11/12/2019 11:34

Rio - Dois dos quatro PMs julgados no caso Patrícia Amieiro foram absolvidos das acusações de fraude processual na morte da engenheira. Os outros dois foram condenados pelo crime, mas foram inocentados pela tentativa de homicídio.

O julgamento dos quatro aconteceu no Conselho de Sentença do I Tribunal do Júri da Capital, começou na tarde de terça-feira e o veredito saiu nesta madrugada. Os dois PMs condenados receberam a pena de três anos de prisão e 60 dias de multa pelos sete jurados, mas poderão recorrer da sentença em liberdade.

As sentenças:

. Marcos Paulo Nogueira Maranhão: condenado por fraude processual e inocentado de tentativa de homicídio

. William Luis do Nascimento: condenado por fraude processual e inocentado de tentativa de homicídio

. Fábio Silveira Santana: inocentado por fraude processual

. Márcio Oliveira dos Santos: inocentado por fraude processual

"O réu jogou o veículo em uma ribanceira de forma a criar falsos fatos, colocando em risco inclusive a vida de outras pessoas que ali poderiam estar. As consequências são gravíssimas. O réu, com sua conduta, impossibilitou que, até hoje, o corpo da vítima fosse encontrado. Com efeito, diante da alteração do local do suposto acidente, dificultou-se o trabalho da perícia e, assim, as investigações. Além disto, considera-se o intenso sofrimento da família da vítima, que vive em eterno luto, com a esperança de poder um dia localizar o corpo da vítima e fazer um sepultamento digno", dizia trecho da sentença, sobre as condenações de Marcos Paulo e William Luis.

A família da engenheira já recorreu da sentença.

"Espero que eu esteja viva, porque eu quero honrar a memória da minha filha. Quero fazer isso por ela", disse bastante emocionada a mãe da engenheira, Ana Márcia Amieiro. "Não consegui minha filha, não foi dessa vez que consegui, mas eu amo muito ela, ela sabe que eu estou fazendo tudo, tudo para ter a justiça"
Tânia Amieiro, mãe de PatríciaBruna Fantti / Agência O DIA


O CASO

Patrícia Amieiro está desaparecida desde junho de 2008, quando tinha 24 anos. Na ocasião, ela voltava de carro de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul do Rio. A engenheira seguia para casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, quando, na saída do Túnel do Joa, o veículo dela teria sido confundido com o de um traficante e os PMs atiraram.

O automóvel foi encontrado a poucos metros de distância no Canal de Marapendi. Para o Ministério Público estadual (MPRJ), que acusa os PMs, o corpo da engenheira foi retirado do veículo, que foi jogado no canal pelos policiais para encobrir o crime. Ela foi declarada morta em 2011.

O caso foi tratado inicialmente como acidente de carro com desaparecimento do corpo, mas passou a ser visto como homicídio, após peritos encontrarem marcas de tiros no automóvel.