Transformar o parque cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em um grande centro cultural, aberto aos fins de semana, com preços populares. Esse é um dos objetivos do novo reitor da instituição, Ricardo Lodi. Hoje, o espaço - formado por dois teatros, uma concha acústica e três galerias - só funciona de segunda a sexta. "O Teatro Odylo Costa Filho (com 1.100 lugares) é o segundo maior da cidade, fica dentro da Uerj e não abre aos sábados e domingos, dias nobres das atividades culturais", pontua Lodi.
Em sua primeira semana de trabalho, Lodi, que é advogado e diretor da Faculdade de Direito, diz que "há espaço no Teatro Noel Rosa, no auditório Cartola, que dá para fazer salas de exibição e cineclubes". "Também temos a Concha Acústica Marielle Franco e três galerias de arte. No passado, a gente não podia dar esse salto cultural, porque estávamos lutando para sobreviver", acrescenta.
No que depender de recursos, os projetos têm tudo para decolar. Após uma avalanche de crise, sobretudo em 2016 e 2017, quando a instituição foi duramente afetada pela falta de repasses do governo estadual, veio o alívio. O orçamento deste ano aumentou: será de quase R$ 1,3 bilhão (R$ 100 milhões a mais que no ano passado). Este será também o primeiro ano em que a Uerj receberá todo seu orçamento através de duodécimos - repasse mensal direto do poder Executivo, como já acontece com os órgãos do Judiciário (Ministério Público e Tribunal de Justiça) e a Alerj.
O montante servirá para atender 16 campi na capital e no interior, onde estudam 43 mil alunos, incluindo os matriculados na graduação, pós-graduação e no Colégio de Aplicação (CAp), no Rio Comprido.
Mas a descentralização orçamentária é vista com ressalvas pelo presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Uerj, Waldeck Carneiro (PT): "A partir do repasse de duodécimos, a reitoria será a responsável pelo pagamento da folha, das bolsas de extensão, de todas as despesas da universidade. Se o dinheiro do Tesouro não entrar ou tiver qualquer problema, a responsabilidade recairá sobre a reitoria".
Colégio de Aplicação pode ganhar nova sede
Em péssimo estado de conservação, o Campus da Uerj em São Cristóvão, na Zona Norte, passará por uma grande reforma este ano. Uma parceria da Secretaria de Ciência e Tecnologia com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), permitirá a reforma do prédio de 18 andares. Por R$ 100 milhões, a unidade será transformada em um centro de pesquisa tecnológica e polo de start-ups.