Por Waleska Borges

RIO - As apreensões de fuzis no Estado do Rio bateram um recorde em 2019. A Polícia Militar  retirou das mãos de criminosos 505 armas deste tipo durante todo o ano passado. Esse resultado superou em 30% o número de 2017, quando 382 fuzis foram apreendidos pela PM. Até agora, esse é o maior índice da série histórica, iniciada em 2008. Essa marca, porém, já havia sido atingida em setembro conforme noticiou O Dia. O número total de armas apreendidas em 2019, de acordo com a secretaria de Polícia Militar, foi de 8,4 mil.

Os batalhões das áreas do 14° (Bangu), do 41° (Irajá) e do 7°(São Gonçalo) foram os que mais apreenderam os fuzis: 387. Essas regiões, no entanto, tiveram aumento nas mortes causadas por  autos de resistência (com intervenção de agente de estado). Na área do 14º BPM, entre janeiro e dezembro, foram 130 mortes por intervenção policial, 53 a mais do que o mesmo período de 2018. Na região do 7°BPM, houve 221 autos de resistência, um aumento de 166 casos  comparado ao ano anterior. No 41º BPM, no mesmo período, morreram 108 pessoas durante operações policiais, 88 casos a mais em relação a 2018.

O porta-voz da corporação, coronel Mauro Fliess, atribui esses índices à ousadia dos traficantes. De acordo com o coronel, as operações são sempre focadas em dados de inteligência, o que direciona onde e quantas. "Esses fuzis vêm sujos de sangue porque quando a polícia chega, o bandido que tem essa arma nas mãos não a abandona, ele troca tiro", argumentou.

Para o professor Ignácio Cano, da Uerj, o fuzil é uma arma de alto valor que não é abandonado facilmente:"Há duas formas da polícia apreender esse armamento, uma é pela investigação, o que é raro.A outra, pelo confronto com as pessoas que portam os fuzis".

Segundo o  titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), Marcus Vinicius Amim, muitos fuzis apreendidos no Rio não são originais. Eles são montados, principalmente, no Paraguai, mas também em território nacional. O armamento entra no Brasil pelas vias terrestre, marítima e aérea. De acordo com Amim, há entre 3 e 3,5 mil fuzis nas mãos de criminosos no Rio.

 

 

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