Estação de tratamento de água do Guandu - Divulgação / Arquivo
Estação de tratamento de água do GuanduDivulgação / Arquivo
Por O Dia
Rio - A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), emitiu, nesta quarta-feira, uma nota sobre os problemas técnicos da qualidade da água fornecida pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae). A instituição diz que 'há uma ameaça real à segurança hídrica da Região Metropolitana do Rio de Janeiro'.
Na nota, a universidade diz que o geosmina (substância orgânica produzida por algas) não é tóxica, mas pode indicar problemas na qualidade da água bruta utilizada para o abastecimento. No entanto, a substância pode indicar a presença de cianobactérias em grande quantidade na água captada para o tratamento e que esses microrganismos podem produzir algumas toxinas muito potentes (cianotoxinas), que precisam ser removidas durante o tratamento da água para não comprometer a saúde da população. 
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Recomendações feitas pela universidade:
- Modificar o sistema de governança de recursos hídricos
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Em primeiro lugar, é necessário que haja transparência imediata da real situação da qualidade da água distribuída para consumo pela população do Rio de Janeiro e que os setores responsáveis pelo controle e vigilância da qualidade da água atuem de forma coordenada, cooperativa e rápida para garantir água segura e de qualidade, conforme determina a legislação. Há também uma necessidade urgente de profundas modificações no sistema de governança de recursos hídricos de forma interdisciplinar e sistêmica. Essa modernização deve garantir condições para lidar com situações de emergência, com a vulnerabilidade crescente das populações humanas e dos ecossistemas. É necessário também a elaboração de planos de contingência para acompanhamento de crises dessa natureza e de suas consequências sociais e econômicas.
- Divulgar as informações e promover ações de conscientização social da amplitude da crise
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Os dados do monitoramento da qualidade da água devem ser disponibilizados paraa população, como previsto em lei, e em eventos como este precisam ser liberados para a sociedade de forma dinâmica. É importante e necessário reconhecer publicamente e divulgaras causas de problemas no abastecimento público. A situação crítica afeta a saúde pública, causando preocupação e instabilidade social, com episódios recorrentes de manifestações em populações mais vulneráveis.
- Investir em medidas de longo prazo
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Enquanto a recuperação adequada dos recursos hídricos utilizados para abastecimento público não for feita, a perspectiva de recorrência de crises semelhantes num futuro próximo é bastante provável. Portanto, os
investimentos necessários para essa recuperação não podem mais ser adiados e devem ser considerados prioritários e estratégicos.
Projetos de saneamento básico e tratamento de esgotos são fundamentais e precisam ser implantados, sendo necessário também mensurar a eficiência desses processos. Esse problema crônico tem reflexos altamente negativos na economia e na saúde pública, e está diretamente relacionado com a perda da qualidade da água de nossos mananciais, aumentando o risco e a vulnerabilidade das populações humanas.
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